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Contribuição de turismo para PIB regista estagnação

A contribuição do turismo para o Produto Interno Bruto-PIB de Moçambique registou uma estagnação durante os últimos cinco anos, mantendose em 1.5 porcento, apesar do crescimento que o sector tem vindo a conhecer, disse Terça-feira, em Maputo, o ministro moçambicano do Turismo, Fernando Sumbana.

“Ao longo do quinquénio, nós registamos uma estagnação no que se refere à contribuição do sector do turismo para o PIB, que se mantém em 1.5 porcento desde 2004, e esperamos que o Instituto Nacional de Estatística (INE) actualize esta informação”, sublinhou Sumbana, em entrevista à AIM.

Sumbana explicou que as causas dessa estagnação ainda estão a ser analisadas, afirmando, no entanto, acreditar que “houve um ligeiro aumento, porque o sector do turismo foi daqueles que registaram um enorme crescimento ao longo do quinquénio”, que, segundo estatísticas oficiais, foi superior a 20 por cento.

Segundo o titular da pasta do Turismo, no presente quinquénio, “Moçambique conseguiu mais do que duplicar o número de turistas que vieram ao país, porque se em 2004 falávamos em 611 mil visitantes, em 2008, já falávamos em 1.5 milhão de turistas, e isso representa um salto significativo, porque é muito raro em quatro anos registar esse crescimento”.

Sumbana considerou que o aumento do número de turistas se deve não só a melhorias registadas ao nível das próprias estâncias turísticas, como também ao trabalho de reabilitação e manutenção de milhares de quilómetros de estradas que dão acesso a essas estâncias espalhadas um pouco por todo o país. Dados estatísticos do INE indicam que a actividade turística em Moçambique, para além do impacto económico, tem também uma grande importância social, na medida em que este sector emprega mais de 33.000 pessoas.

“Neste quinquénio, tivemos, igualmente, a oportunidade de melhorar grandemente a facturação internacional, que no período em análise aumentou bastante, pois, em 2004 fixava-se em cinco milhões de dólares norte-americanos, sendo que em 2008, a facturação de turistas que vieram de fora de Moçambique, foi de 190 milhões de dólares”, frisou Fernando Sumbana.

Presentemente, a capacidade de alojamento da indústria hoteleira moçambicana é de cerca de 20 mil camas, o que representa um crescimento significativo relativamente a 2004, em que o número de camas era de aproximadamente três mil. “Mas o mais interessante para mim é o facto de termos actualmente em todo o país estabelecimentos hoteleiros de qualidade situados em locais onde não havia absolutamente nada”, realçou aquele governante.

Afirmou que em muitos distritos remotos de Moçambique já existem unidades hoteleiras, à semelhança do que acontece nas cidades de Maputo, Beira e Nampula, entre outras, que também apostam fortemente na qualidade, “porque presentemente, um dos principais desafios do sector do turismo é melhorar a qualidade dos serviços”.

O Ministério moçambicano do Turismo lançou, recentemente, um projecto turístico à escala nacional, denominado Kapulana, que tem em vista a construção de unidades hoteleiras de qualidade em todos os distritos do país, no âmbito dos esforços para o desenvolvimento do turismo. O projecto, que está a cargo do Fundo para o Desenvolvimento Turístico- FUTUR, destina-se a desenvolver a actividade turística nas zonas mais recônditas de Moçambique desprovidas de estabelecimentos hoteleiros com qualidade aceitável.

Ao abrigo deste projecto, que se insere na directiva governamental de transformar o distrito num pólo de desenvolvimento do país, estão a ser construídas unidades hoteleiras de média dimensão, dotadas de sistemas de fornecimento de energia eléctrica e de água, para garantir qualidade e eficiência na prestação de serviços. Por outro lado, e de acordo ainda com Fernando Sumbana, o Ministério do Turismo está neste momento a desenvolver Projectos Âncora, que representam um novo paradigma em termos de intervenção no desenvolvimento do sector turístico em Moçambique, que passa a ser feita de forma coordenada e integrada.

Ao abrigo desses projectos, o Ministério do Turismo está a identificar, em todo o país, locais com grande potencial em termos de recursos, de ambiente envolvente, mesmo social e ecológico, para, a partir daí, se fazer um pré-desenho do tipo de empreendimento turístico que pode ser edificado num determinado local. Este trabalho está a ser feito em coordenação com arquitectos, sociólogos e paisagistas, e, numa primeira fase, abrange a Reserva Especial de Maputo, onde existe um ecossistema que é um dos melhores a nível mundial, a zona de Inhassoro, na província de Inhambane, sul de Moçambique e a província central da Zambézia.

Outros projectos estão a ser desenvolvidos nas províncias nortenhas de Nampula, Cabo Delgado e Niassa. Nos diversos locais escolhidos, já foi definido o número de hotéis, de campos de golfe, de casas para férias e de residências para trabalhadores, para além da determinação do sistema de tratamento de resíduos. “Esses projectos já foram desenhados e vão criar mais de 20 mil postos de trabalho”, disse Sumbana, considerando que os Projectos Âncora vão permitir ainda o desenvolvimento de um turismo “devidamente ordenado e de altíssima qualidade, que pode competir com quaisquer dos negócios que nós temos a nível mundial.”.

O plano de marketing para a promoção de investimentos já está em curso, tendo, nesse âmbito, sido realizado trabalho nos Emiratos Árabes Unidos, Bahrain e na Alemanha, havendo neste momento investidores que começam a apresentar projectos, com vista à sua implementação.

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