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Contrabandeadas 5.000 toneladas de algodão em 2009

Cerca de 5.000 toneladas de algodão caroço produzido em Moçambique na época agrícola 2008-2009 foram contrabandeadas nas zonas fronteiriças com os países vizinhos, particularmente o Zimbabwe, anunciou o Instituto Moçambicano do Algodão – IAM, durante um encontro, realizado em Maputo, envolvendo os vários intervenientes neste sector.

Segundo o IAM, a produção da campanha algodoeira finda, em Moçambique, fixou-se em cerca de 65.000 toneladas, “mas foram comercializadas 60.000 toneladas devido ao contrabando do algodão nas zonas fronteiriças, especialmente com o Zimbabwe”.

R e c e n t e m e n t e , realizou-se em Maputo, um encontro envolvendo o IAM e os diferentes intervenientes nesta cultura de rendimento, incluindo representantes da Associação Algodoeira de Moçambique – AAM e de empresas de agro-químicos, destinado ao balanço da campanha finda e à preparação da época 2009-2010.

Promovido pelo IAM, o encontro decidiu manter, na presente campanha, a meta de 65.000 toneladas de algodão caroço, “uma vez que os grandes constrangimentos da época agrícola passada, nomeadamente, a competição com outras culturas e o preço de compra menos atractivo para os produtores, ainda prevalecem”. Relativamente ao preço indicativo, que, normalmente tem sido divulgado no mês de Outubro de cada ano junto dos produtores, no encontro de Maputo não houve consenso, dado que algumas empresas foram prudentes e avançaram para 7,00 Meticais o quilograma de algodão caroço e outras comunicaram o preço de 8,00 Meticais o quilograma.

Neste contexto, e não havendo preço de consenso, “decidiu-se que cada empresa deve assumir a responsabilidade de divulgar o preço que pretende aplicar na compra do algodão na fase de comercialização, se os indicadores que integram a fórmula de cálculo de preço não sofrerem alterações significativas”. Outra questão debatida no referido encontro, diz respeito à eficiência dos pacotes fitossanitários no algodão, tendo sido sublinhado que os actores do subsector algodoeiro devem fazer esforço no sentido de cumprir as recomendações sobre a utilização dos pesticidas.

Deve-se também desencorajar a prática dos produtores de algodão, de reduzir as doses de pesticidas para aplicá-los noutras culturas, entre as quais o gergelim, cujo preço tem sido atractivo no mercado internacional. De referir que em Moçambique, cerca de 12 empresas têm hoje no algodão a sua actividade central, caracterizandose por investimentos em fábricas de descaroçamento, facilidades de armazenamento, escritórios, meios de transporte e equipamentos de produção agrícola, sendo que cada uma dessas empresas representa um investimento de não menos de cinco milhões de dólares norte-americanos.

Segundo o IAM, esta cultura é praticada por mais de 300.000 famílias camponesas de cinco membros cada, representando, por isso, fonte segura de rendimento para mais de 1,5 milhões de pessoas, e ao longo da sua cadeia de produção e manuseamento, o algodão cria mais de 20.000 postos de trabalho assalariado. Para além do aproveitamento da fibra para fins têxteis, hospitalares e outros, a semente desta cultura constitui, hoje, a maior fonte doméstica de óleo alimentar extraído pelas indústrias em Moçambique, sendo que subprodutos da semente são também usados na produção de sabões e bagaço para a alimentação de gado.

Sublinhe-se que Moçambique ultrapassou “a fase tenebrosa” da cultura do algodão, tendo atingido a chamada “fase contemporânea de produção do algodão”, que é por livre vontade, na qual o sector público facilita as intervenções dos actores privados, os produtores e as empresas se engajam num diálogo contínuo, através de três reuniões anuais abertas, nomeadamente, Reunião Anual do subsector, Reunião Técnica Anual do Algodão e a Reunião Negocial do Preço Mínimo do Algodão caroço.

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