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Construção de paragens multifuncionais está a fracassar em Maputo

A edificação de paragens multifuncionais, iniciada há dois anos, na cidade de Maputo, está a produzir resultados insatisfatórios em virtude de os construtores não estarem a conseguir concretizar os projectos para o efeito. A edilidade previa erguer, até 2015, 65 paragens cobertas com vista a criar conforto para os munícipes, enquanto ficam à espera de tomar transporte público, mas, até este momento, apenas 19 foram feitas, segundo, João Matlhombe, vereador dos Transportes e Trânsito no município de Maputo.

O vereador reconheceu, em entrevista ao @Verdade, que o programa está atrasado. Aliás, para além da lentidão que caracteriza a construção das referidas paragens, as restantes que ainda não foram iniciadas podem não ser materializadas porque em 2015 está previsto o inicio de um programa de requalificação urbana, que abrange alguns pontos onde tais paragens estão projectadas.

Para a construção das paragens multifuncionais, a edilidade assinou um memorando com duas empresas, nomeadamente “TechnoConstruct” e “Bissnemat”. A primeira devia construir 48 paragens cobertas mas apenas ergueu 16 e a segunda edificou três, das 17 previstas no contrato.

Os referidos sítios cobertos, onde as pessoas podem se abrigar na altura em que estiverem à espera do transporte público, são desmontáveis e cada um deles contempla uma lanchonete, sanitários públicos, uma pequena tabaciara e um espaço bastante pequeno para a acomodação dos utentes.

Para erguer cada paragem multifuncional, o município desembolsa um milhão e duzentos mil meticais (1.200.000,00), segundo Obadias Djedje, director adjunto dos Transportes e Trânsito, em contacto com a nossa Reportagem.

O material usado para o efeito é precário. João Matlhombe disse que para a edificação dos empreendimentos em causa não houve concurso público e a Assembleia Municipal não foi consultada supostamente porque não havia necessidade para tal. Trata-se de um processo que envolve os estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) cuja tarefa é desenhar o modelo do projecto, explicou-nos o vereador.

Todavia, Obadias Djedje desmente o seu colega e explica que as firmas “TechnoConstruct” e “Bissnemat” se comprometeram a erguer 67 paragens e não 65. “O memorando prevê que a primeira empresa construa 50 paragens e já concluiu 15. A segunda empresa edificou três, dos 17 acordados acordados”.

Num outro desenvolvimento, Obadias Djedje afirmou que a Assembleia Municipal deu o seu parecer sobre a construção das referidas paragens multifuncionais e houve concurso público para a selecção das construtoras, facto que culminou com a assinatura de memorandos de entendimento entre elas e a edilidade.

Por sua vez, José Pereira Forjaz, afectos à Faculdade de Arquitectura da UEM, nega que os estudantes da sua instituição tenham sido contactados pela edilidade para fazerem parte do programa a que nos referimos.

“A Faculdade de Arquitectura não recebeu nenhum convite nem colaborou com o município de Maputo na idealização do projecto das paragens multifuncionais”, disse o nosso interlocutor e acrescentou o seguinte: “Lembro-me de o município ter aberto um concurso público cujo vencedor foi José Forjaz Arquitectos e não a Faculdade de Arquitectura”.

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