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Conservadores vencem e extrema direita avança na Hungria

O partido conservador Fidesz, da oposição, obteve este domingo uma esmagadora vitória no primeiro turno das eleições legislativas na Hungria, que registrou ainda um forte avanço da extrema direita, segundo resultados divulgados pelo Bureau Nacional Eleitoral.

Após a apuração de 99% das urnas, o Fidesz obtinha 52,77% dos votos, garantindo ao menos 206 das 386 cadeiras do Parlamento. No primeiro turno estavam em jogo 265 cadeiras, e será preciso esperar o segundo turno, no dia 25 de abril, para saber se o Fidesz terá a maioria de dois terços no Parlamento necessária para reformar a Constituição.

O partido de extrema direita Jobbik, criado em 2003, teve uma votação excepcional, com 16,71% dos votos, entrando pela primeira vez no Parlamento húngaro, já como a terceira força política do país. Os socialistas, com apenas 19,29%, sofrem uma dura derrota após oito anos de poder do partido MSZP. Nas eleições de 2006, os socialistas receberam 43,21%. Os ecologistas reunidos no pequeno partido de esquerda LMP surpreenderam e somaram 7,42% dos votos, superando os 5% necessários para entrar no Parlamento. O índice de participação foi de 64,29%, ligeiramente inferior ao primeiro turno das eleições de 2006 (67,83%).

Durante a campanha, Orban prometeu “voltar a pôr a economia húngara de pé”, organizar o sistema de saúde e “garantir a segurança pública”. Para alcançar esses objetivos, Orban quer diminuir os impostos e criar “um milhão de novos empregos em dez anos”, num país que possui, apenas, dez milhões de habitantes. A Hungria, dirigida por socialistas desde 2002, salva da bancarrota em 2008 graças aos 20 bilhões de euros (26,58 bilhões de dólares) que lhe foram emprestados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e a União Europeia (UE), foi obrigada a optar por uma política fiscal rigorosa.

Aumento dos impostos, redução da ajuda do governo, cancelamento do décimo terceiro salário anual e cortes nas aposentadorias foram algumas medidas de uma política que os eleitores puniram, votando na direita e na ultradireita. O populista Jobbik prometeu 20 anos de prisão para a classe política que governou o país nos últimos 20 anos.

O seu partido, qualificado às vezes de neofascista devido a afinidades com o movimento da Cruz Flechada – aliado dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial -, quer “obrigar os bancos a pagar impostos” e atuar para que as “multinacionais paguem mais” royalties para “devolver a Hungria aos húngaros”.

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