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Confrontos no Cairo deixam 10 mortos, dizem médicos

Confrontos no Cairo deixam 10 mortos

Confrontos violentos ocorreram na região central do Cairo na quinta-feira, enquanto simpatizantes armados do governo brigavam com os manifestantes pró-democracia que exigem a saída do presidente do Egito, Hosni Mubarak. Ao menos 10 pessoas morreram, segundo os médicos, depois que atiradores e seguidores de Mubarak atacaram os manifestantes acampados pelo décimo dia na praça Tahrir para pedir que o líder de 82 anos encerre imediatamente seu governo de 30 anos.

O médico Sayyid Hussein disse que a clínica provisória montada do lado de fora de uma mesquita perto da praça registrou 10 mortes. “Uma hora e meia atrás duas pessoas vieram até mim com ferimentos a bala na cabeça. Elas estavam respirando com dificuldade e morreram. Um terceiro caso, muito mais grave, aconteceu em seguida, e a pessoa foi levada ao hospital numa ambulância”, afirmou outro médico, Yasser Tibi.

O Ministério da Saúde informou mais cedo que seis pessoas haviam morrido e mais de 800 ficaram feridas nos confrontos. Nas proximidades do Museu Egípcio, que abriga itens de 7 mil anos, os homens se confrontavam com pedras, cassetetes e escudos improvisados, enquanto os tanques de fabricação norte-americana do Exército de Mubarak faziam tentativas ocasionais de separá-los.

Longe dos holofotes da mídia global, voltados agora para a praça Tahrir, ocorria uma batalha política que terá implicações sobre todo o Oriente Médio e o seu petróleo. Líderes europeus juntaram-se aos Estados Unidos para pedir que seu antigo aliado árabe comece a transferir o poder para outras mãos. O governo do país, recém-nomeado numa reforma que não conseguiu acalmar os manifestantes, mantinha-se pela insistência do presidente, que na terça-feira disse que não vai concorrer a um sexto mandato em setembro.

Mubarak continua a se dizer um baluarte contra a anarquia e a tomada do poder por radicais islâmicos. A oposição vem ganhando mais apoio no Ocidente por uma mudança mais rápida no poder. “Esse processo de transição precisa começar agora”, escreveram os líderes da Grã-Bretanha, França e Alemanha em um comunicado.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, também se uniu ao coro. Todos eles ecoam a mensagem que o presidente dos EUA, Barack Obama, disse ter transmitido a Mubarak numa conversa por telefone na terça-feira. As autoridades norte-americanas também condenaram o que classificaram como “uma campanha orquestrada para intimidar” jornalistas, depois que muitos deles foram atacados por simpatizantes do governo.

Os líderes da oposição, incluindo o liberal Mohamed ElBaradei e o movimento islâmico Irmandade Muçulmana, reafirmaram que Mubarak precisa deixar o poder para que comecem a negociar.

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