Pelo menos quatro pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas em confrontos neste domingo entre partidários e opositores do presidente egípcio, Mohamed Mursi, segundo fontes médicas e de segurança.
Os quatro mortos foram baleados em cidades no Vale do Nilo, ao sul do Cairo, um em Beni Suef e três em Assiut. Em todo o país, o Ministério da Saúde disse que 174 pessoas receberam tratamento médico como resultado de confrontos entre facções nas ruas.
No Cairo e em Alexandria, mais de um milhão de pessoas estiveram nos protestos. Centenas de pessoas jogaram coquetéis molotov e pedras na sede nacional da Irmandade Muçulmana, de Mursi. O prédio pegou fogo, enquanto guardas e manifestantes trocaram tiros.
Estas foram as primeiras mortes relatadas num dia em que centenas de milhares de manifestantes da oposição saíram às ruas exigindo a saída de Mursi, no primeiro aniversário de seu governo.
Acenando com bandeiras do país, uma multidão se reuniu na Praça Tahrir, no Cairo, epicentro do levante de 2011 contra o antecessor de Mursi, Hosni Mubarak. “O povo quer a queda do regime!”, entoavam, desta vez não contra um ditador envelhecido, mas contra o seu primeiro líder eleito, que assumiu há exatamente um ano.
Muitos estão furiosos com a Irmandade Muçulmana de Mursi, dizendo que o grupo se apossou da revolução graças a uma série de vitórias eleitorais para monopolizar o poder e forçar a aprovação de uma lei islâmica. Outros estão simplesmente frustrados com a crise económica, aprofundada pelo impasse político, que persiste sob Mursi.
As forças de segurança disseram que três escritórios da Irmandade foram incendiados por manifestantes em cidades no delta do Nilo – os mais recentes protestos em mais de uma semana de violência nas ruas, na qual centenas foram feridos e muitos mortos, incluindo um estudante norte-americano.