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Confrontos deixam pelo menos 44 mortos no Egito e mais protestos são esperados

Pelo menos 44 pessoas morreram em confrontos durante protestos no Egito, este domingo (6), disseram as fontes do serviço de segurança, depois de os apoiantes e os opositores ao presidente deposto Mohamad Mursi terem ido para as ruas num dos dias mais sangrentos desde que o exército assumiu o poder.

Num sinal de que mais violência está por vir, uma aliança incluindo a Irmandade Muçulmana chamou os egípcios para um protesto a partir da terça-feira e um encontro na praça Tahrir, no Cairo, sexta-feira, declarando: “Ninguém vai nos deter (na Tahrir) não importa qual seja o sacrifício”.

Os confrontos começaram depois de os apoiantes e os opositores do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, terem tomado as ruas. Os mortos sofreram, na sua maioria no Cairo, ferimentos a bala, afirmaram fontes de segurança. Outra fonte da segurança disse que 13 pessoas morreram na área próxima à estação de comboio Ramses. O ministério do Interior descreveu os confrontos como uma tentativa da Irmandade Muçulmana de “arruinar as celebrações e provocar atritos com as pessoas”.

Em comunicado, o ministério disse que 423 pessoas foram presas. A agência de notícias estatal noticiou que 44 pessoas foram mortas e que é grande o número de feridos. Os seguidores da Irmandade Muçulmana manifestaram-se no Cairo e noutras cidades pedindo a queda do chefe do Exército que derrubou Mursi.

Os militares acusam frequentemente a Irmandade de incitar a violência durante os protestos, mas o grupo nega as acusações. Uma agência estatal noticiou que durante os confrontes na província de Qulubiya, na região do Delta do Nilo, as autoridades prenderam 25 membros da Irmandade que carregava 51 granadas. A Irmandade argumenta que é contra os métodos violentos de outros grupos islamitas. Os ataques de militantes contra a polícia e soldados na Península do Sina têm aumentado fortemente desde que Mursi foi derrubado.

Insurgência

Numa cidade a 300 quilómetros ao sul da capital, um membro da Irmandade morreu e pelo menos dois outros resultaram feridos, disseram as fontes médicas e de segurança. As autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras.

A Irmandade vinha fazendo protestos seguidas vezes contra as Forças Armadas, depois da derrubada do poder do presidente Mohamed Mursi em Julho. Neste domingo, a televisão estatal mostrou imagens ao vivo de multidões na praça Tahrir e da cidade de Alexandria carregando fotos do chefe militar, general Abdel Fatah el-Sisi, e bandeiras do país.

Segundo testemunhas, as forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Irmandade em Alexandria com gás lacrimogéneo. Islam Tawfik, um membro da Irmandade e jornalista, disse que os apoiantes do grupo, que tem diversos integrantes presos desde a derrubada de Mursi, estavam determinados a chegar à praça Tahrir.

“Os nossos que estão nas ruas hoje querem celebrar o Exército que costumava apontar as armas contra o inimigo e não o seu povo”, disse Tawfik à Reuters. Os partidários das Forças Armadas reuniram-se na praça Tahrir para celebrar o aniversário de um ataque a forças israelitas em 1973. “Nós queremos entrar na praça Tahrir e Rabaa (local de protestos e acampamento da Irmandade Muçulmana) porque não estão reservadas àqueles que apoiam o golpe”, afirmou.

A Irmandade acusa os militares de liderarem um golpe e sabotarem a democracia egípcia com a remoção de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no país, preso depois de ser derrubado da Presidência. No dia 14 de Agosto, as autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Mursi no Cairo, deixando centenas de mortos, para depois declarar Estado de emergência e impor um toque de recolher.

As autoridades egípcias reforçaram a segurança no país depois de os confrontos terem deixado pelo menos quatro mortos na sexta-feira, quando os partidários de Mursi realizavam as demonstrações mais intensas desde que os seus acampamentos foram arrasados.

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