Ataques aéreos israelitas mataram pelo menos cinco palestinos na Faixa de Gaza, e os militantes continuaram a disparar foguetes contra Israel, esta segunda-feira (25), disseram testemunhas e autoridades, à medida que o Egito continua com os seus esforços para intermediar uma trégua duradoura.
Os moradoras de Gaza disseram ter recebido novas mensagens nos seus celulares e linhas fixas a dizerem que Israel teria como alvo qualquer casa utilizada para lançar “ataques terroristas” e a dizerem aos civis para deixarem áreas usadas por militantes.
Uma aeronave israelita atacou quatro casas na cidade de Beit Lahiya, perto da fronteira com Israel, matando duas mulheres e uma menina, disseram testemunhas e representantes médicos.
Os moradores disseram à Reuters que um membro do grupo militante Hamas, que domina Gaza, vivia numa das casas. Ataques separados noutros lugares na Faixa de Gaza mataram dois outros palestinos, segundo as autoridades.
Os militantes lançaram cerca de 40 foguetes contra o sul de Israel, esta segunda-feira, sem deixar vítimas, disse o Exército. Os representantes do sector de saúde da Palestina dizem que 2.119 pessoas, na maioria civis, incluindo mais de 400 crianças, foram mortas em Gaza desde 8 de Julho, quando Israel lançou uma ofensiva com o objectivo declarado de encerrar as salvas de foguetes contra o seu território.
Sessenta e quatro soldados israelitas e quatro civis em Israel foram mortos. Os moradores de Gaza têm recebido mensagens nos seus telefones há diversos dias, com uma nova gravação, esta segunda-feira, encerradas com as seguintes palavras: “Para os líderes do Hamas e os moradores de Gaza: a batalha está aberta e vocês foram alertados”.
Qais Abu Leila, um representante sénior palestino envolvido nas conversas mediadas pelo Egito para alcançar uma trégua depois de sete semanas de conflito, disse que Cairo havia proposto um cessar-fogo indeterminado.
A mais recente iniciativa egípcia pede pela abertura imediata dos cruzamentos de Gaza com Israel e com o Egito a fim de auxiliar os esforços de reconstrução na abatida faixa costeira. Os esforços seriam seguidos de conversas um afrouxamento de longo prazo sobre o bloqueio contra o enclave palestino.
“Os esforços egípcios continuam. A bola está nas mãos de Israel, e eles não responderam a esta proposta 36 horas depois dter sido levada a eles”, disse Abu Leila. O Hamas diz que não vai parar de lutar até que o bloqueio feito por Israel e pelo Egito sobre o enclave, de 1,8 milhão de pessoas, seja suspenso.
Tanto Israel quanto o Egito vêem o Hamas como uma ameaça de segurança e exigem garantias de que não haverá entrada de armas no território. Israel chamou de volta os seus negociadores no Cairo na última terça-feira, depois de o cessar-fogo ter fracassado.