O índice de aprovação do presidente do Peru, Ollanta Humala, caiu ainda mais em Julho, disse uma pesquisa divulgada Domingo 8(15), reflectindo a crescente preocupação com a forma como ele lida com conflitos sociais cada vez mais violentos.
Humala, há um ano no cargo, sofreu a segunda queda consecutiva na pesquisa mensal. Desta vez, a sua aprovação caiu de 45 para 40 por cento, enquanto 51 por cento dos entrevistados reprovam a sua gestão, segundo o levantamento do instituto Ipso Apollo.
O Peru é um importante fornecedor mundial de metais, mas um esforço para desenvolver a mineração no país tem desencadeado conflitos, por causa de preocupações ambientais e protestos de moradores locais que desejam uma maior participação nos lucros dessa actividade.
Este mês, a ocorrência de mortes durante protestos contra a mina de Conga, um projecto de 5 bilhões de dólares da mineradora Newmont, motivou apelos para que Humala reforme seu gabinete.
Os oponentes do projecto dizem que a mina irá poluir o ar e os mananciais, sem gerar benefícios económicos significativos para a população local.
Humala apoia o projecto, argumentando que ele irá gerar milhares de empregos e uma enorme arrecadação tributária.
“O conflito da Conga é o maior factor individual para explicar a deterioração da imagem de Humala”, disse Alfredo Toreros, director da Ipso Apollo.
“A dificuldade para o governo está no facto de que não há um amplo consenso sobre como resolvê-lo.”
Humala assumiu o cargo a 28 de Julho de 2011, prometendo medidas para que os peruanos pobres, 30 por cento da população, beneficiassem-se do boom económico no país.
Neste primeiro ano de mandato, a mediação dos conflitos sociais tem sido o seu maior desafio. Toreros disse, porém, que os antecessores de Humala tiveram quedas ainda maiores na sua popularidade nesse período dos seus mandatos.
Alan García, por exemplo, tinha 32 por cento de aprovação depois do primeiro ano, e Alejandro Toledo ficou com apenas 18 por cento.
Humala teve 50 por cento de aprovação em Maio e 45 por cento em Junho, segundo o Ipso Apollo.
A pesquisa, publicada pelo jornal El Comercio, ouviu 1.210 pessoas entre 11 e 13 de Julho, com margem de erro de 2,8 pontos percentuais.
