Os centros de Saúde da capital moçambicana, Maputo, passam, ainda este ano, à gestão das autoridades municipais, à luz da descentralização em curso no sector.
“Tudo está a ser acautelado para que a transição ocorra sem sobressaltos”, disse, Sexta-feira (13), o director nacional de Recursos Humanos do Ministério da Saúde (MISAU), Martinho Djedje, após uma visita a vários hospitais localizados na cidade de Maputo.
Assim, até ao final do ano, toda a rede primária, categoria a que pertencem os centros de Saúde, passarão para a tutela do município.
Os hospitais gerais José Macamo e de Mavalane e ainda o Hospital Central de Maputo, que fazem parte da rede secundária, continuarão sob tutela do MISAU, por força da lei.
Durante a visita efectuada à cidade de Maputo, Djedje reuniu-se com os trabalhadores de certas áreas, com destaque para a dos Recursos Humanos, onde se discutiu sobre o seu futuro face à transferência de gestão.
“Em relação ao município discutimos a questão do funcionamento futuro da Saúde, uma vez que pela lei parte das funções já foram delegadas a esta entidade. É necessário garantir-se que essa transição seja feita de boa forma com todos os aspectos acautelados porque vão ser transferidos serviços, recursos materiais e humanos. Nós, particularmente, fomos discutir a transferência dos recursos humanos. Já se avançou bastante e em princípio está tudo garantido para que esse acto seja feito ainda este ano”, garantiu.
Djedje deixou claro que todos os direitos e deveres dos trabalhadores serão salvaguardados, com a manutenção das regalias. “Eles nem vão sentir os efeitos da mudança. Em princípio é o que nós esperamos”, disse.
O “Noticias” afirma, na sua edição desta Segunda-feira, que esta transição ocorre numa altura em que o sector da Saúde se ressente de problemas como a falta de recursos humanos à altura de responder a procura dos serviços e com os trabalhadores a reivindicar uma flexibilidade no que tange à actualização das suas carreiras profissionais.
Martinho Djedje reconheceu que o número de profissionais beneficiados pelas promoções e progressões é bastante limitado e há que encontrar mecanismos para aumentá-lo, pois há espaço para o efeito.
“Dos encontros que mantivemos com as Finanças, constatámos que apesar de os orçamentos serem limitados é possível encontrar mecanismos para melhorar o desempenho dos trabalhadores”, reconheceu.
Actualmente, o pelouro da Saúde na cidade de Maputo conta com 2500 trabalhadores dos quais pouco mais de 50 por cento estão em áreas específicas como médicos, técnicos e enfermeiros.