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Conflito no PNL: um desafio por resolver – Guebuza

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reconheceu ser um grande desafio resolver o problema das populações que vivem dentro e nas zonas circunvizinhas do Parque Nacional do Limpopo (PNL), na província meridional de Gaza, que estão constantemente sob ameaça dos animais bravios.

Falando, segunda-feira, a jornalistas na vila-sede do distrito de Mandlakazi, no final da sua visita de trabalho a província de Gaza, Sul do país, iniciada no passado dia 8 de Abril corrente, Guebuza admitiu que o conflito entre o homem e fauna bravia esta a preocupar seriamente as populações, que vêem as suas culturas a serem devastadas, ameaçando a segurança alimentar.

Guebuza reconheceu igualmente a necessidade de se vedar o Parque, tal como é o desejo das populações daquela região que, durante os encontros populares que o Chefe de Estado orientou, manifestaram esse sentimento.

Pelo menos cinco animais considerados problemáticos, de entre os quais, quatro elefantes e um hipopótamo foram abatidos nos últimos meses no distrito de Massingir como parte das medidas visando reduzir o conflito homem e fauna bravia.

Num comício realizado na localidade de Mucatine, distrito de Massingir, as populações, que vêem a sua segurança alimentar ameaçada devido a acção dos animais, propuseram ao governo a vedação do Parque.

No dia anterior, a população de Combomune, no distrito de Mabalane, a Norte da província, havia também proposto a vedação dos parques nacionais do Limpopo e de Banhine, a partir de onde animais bravios, entre os quais elefantes e hipopótamos, invadem os campos de cultivo destruindo culturas diversas.

Nos dois distritos, a população pediu, igualmente, o reforço de meios de trabalho dos fiscais em serviço naqueles empreendimentos turísticos, para além da necessidade de incrementar o respectivo efectivo.

Por outro lado, um total de 1.100 famílias continuam a viver dentro do parque, enquanto não se completa o reassentamento em zonas seguras. Tal como a vedação, o reassentamento das populações vivendo no interior do PNL, segundo Guebuza, constitui um grande desafio que deve merecer toda a atenção.

Durante a Presidência Aberta e Inclusiva à província de Gaza, que cobriu os distritos do Bilene (posto administrativo de Chissano), Mabalane (posto administrativo de Combomune), Massingir (localidade de Mucatine) e Mandlakazi (posto administrativo de Nguzene), o Chefe de Estado teve a oportunidade de visitar algumas florestas comunitárias, criadas no quadro do projecto “um líder uma floresta” Guebuza não ficou satisfeito com o que viu e, durante a conferência de imprensa, manifestou a sua decepção pela forma como este conceito está sendo interpretado.

“Pensamos que o conceito ‘floresta comunitária’ ainda não foi assumido”, afirmou Guebuza. O Estadista moçambicano explicou que a ‘floresta comunitária” constitui um instrumento valioso no combate a poluição, bem como às mudanças climáticas, para alem da componente lenhosa, mas esta última o seu peso é minimizado pela disponibilidade da energia eléctrica, cuja expansão está em curso um pouco por todo o país.

Neste último dia, Guebuza orientou um comício popular em Nguzene, a dezenas de quilómetros da vila sede do distrito de Mandlakazi, onde, como em outros locais por onde escalou, incentivou a população a trabalhar arduamente com vista a combater a pobreza.

Guebuza garantiu que o governo tem estado a trabalhar nesse sentido, daí que são visíveis os resultados em diversas áreas da vida socio-económica.

“Onde antes não havia escola, hoje há mais escolas e a leccionar diversos níveis de ensino. Onde antes não havia um único posto de saúde, hoje podemos ver ate centros de saúde e maternidades. Naquela altura as pessoas não tinham energia, não tinham banco, mas hoje muitos locais já estão cobertos”, exemplificou Guebuza, sublinhando que “a pobreza de hoje não é a mesma de ontem”.

Fazendo uma avaliação da sua visita a Gaza, Guebuza sintetizou que a mesma foi positiva, pois permitiu ver no terreno o que está a acontecer. Neste contexto, disse ter constatado que a província está a crescer, particularmente nas áreas de produção agrícola e de infra-estruturas.

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