O conflito na Líbia fez até agora cerca de dez mil mortos e 55 mil feridos. A NATO assume dificuldades em neutralizar os ataques das forças leais a Muammar Kadafi na cidade de Misrata. O principal responsável militar da NATO disse, esta terça-feira, que a Aliança está com dificuldades em destruir os morteiros e “rockets” que as forças leais a Muammar Kadafi estão a disparar contra a cidade sitiada de Misrata, na Líbia.
O almirante Giampaolo Di Paola, presidente do comité militar da organização, disse aos jornalistas em Roma que embora as operações da NATO tenham causado “danos bastante significativos” ao armamento do regime líbio, o que restou a Kadafi é “ainda considerável”. Também esta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, avançou números das vítimas do conflito, citando o chefe do Conselho de Transição líbio, Mustapha Abdeljalil. “O presidente Abdeljalil falou-nos de dez mil mortos na Líbia, vítimas de um regime sanguinário, e de 50 mil a 55 mil feridos”, disse o chefe da diplomacia italiana à Imprensa, em Roma, depois de se reunir com o dirigente rebelde. Itália prometeu aumentar o número de admissões nos hospitais italianos de feridos graves do conflito, à semelhança dos 25 feridos transportados na semana passada por um avião militar italiano para um hospital na Lombardia, norte de Itália.
O ministro reiterou ainda a disponibilidade de Itália para ajudar os rebeldes líbios enviando mais médicos e enfermeiros para os hospitais locais. Franco Frattini disse também que a venda de petróleo pelos rebeldes, para que possam financiar o combate que travam contra as forças do regime de Muammar Kadafi, vai ser discutida na próxima reunião do grupo de contacto sobre a Líbia, prevista para a primeira semana de Maio em Roma.
Mustapha Abdeljalil afirmou, por seu lado, que o Conselho de Transição líbio vai apostar na cooperação “sobretudo com Itália, França e Qatar”, os países que reconheceram este órgão dos rebeldes como único poder legítimo da Líbia.