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Conflito armado matou 220 mil pessoas em 54 anos na Colômbia, segundo um relatório

Pelo menos 220 mil pessoas morreram violentamente na Colômbia nos últimos 54 anos em decorrência do conflito armado interno, e oito em cada dez vítimas fatais eram civis, segundo um relatório divulgado, esta Quarta-feira (24), pela entidade Grupo de Memória Histórica, depois de seis anos de pesquisa.

“É uma guerra que enlutou a maior parte do território nacional … que rompeu todas as regras humanitárias para além dos objectivos sociais ou políticos que múltiplos grupos possam esgrimir”, disse o director da entidade, Gonzalo Sánchez, ao entregar o relatório ao presidente do país, Juan Manuel Santos.

Embora as guerrilhas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e Exército de Libertação Nacional (ELN) tenham surgido em 1964, a pesquisa abrange um período iniciado seis anos antes, para incluir a violência política que antecedeu a formação dos grupos rebeldes esquerdistas.

A pesquisa contabilizou 177.307 civis mortos até 2012 e 40.787 combatentes das guerrilhas, das Forças Armadas e dos esquadrões paramilitares de ultradireita que surgiram na década de 1980 para combater os rebeldes, com o apoio de narcotraficantes e de alguns militares.

Segundo o documento, todas as partes envolvidas, inclusive as forças do Estado, cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade, com diferentes intensidades. O estudo diz que o auge da violência ocorreu entre 1985 e 2002, e que os paramilitares cometeram o maior número de homicídios, enquanto os guerrilheiros realizaram mais sequestros e ataques contra a infraestrutura económica.

O volume com mais de 400 páginas, contendo depoimentos de vítimas e fotos de alguns dos incidentes mais violentos, dá conta de 1.982 massacres entre 1980 e 2012, com 11.751 mortos; de 27.023 sequestros de 1970 a 2010; de mais de 5,7 milhões de refugiados internos desde 1985; e de 1.754 casos de violência sexual entre 1985 e 2012. Santos disse que o relatório é um passo na direcção de reconhecer a realidade do conflito.

“Todos merecemos conhecer a verdade, todos merecemos entender o que aconteceu nos nossos campos e nas nossas cidades, só assim podemos dizer com força e esperança que já chega. Só numa Colômbia sem medo e com verdade poderemos começar a virar a página”, disse Santos, que mantém desde o ano passado uma negociação de paz com as Farc.

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