Um tribunal húngaro condenou quatro neonazistas a prisão, esta Terça-feira (6), pelo assassinato de famílias ciganas numa onda de violência racista entre 2008 e 2009 que chocou o país e levou a acusações de que a polícia havia falhado em proteger uma minoria historicamente perseguida.
A quadrilha matou seis ciganos e feriu várias outras pessoas em ataques cuidadosamente planeados em todo o país ao longo de mais de 13 meses, criando um clima de medo para os membros da maior minoria étnica da Hungria.
Os ciganos, que representam cerca de 7 por cento da população de 10 milhões, enfrentam discriminação generalizada e muitas vezes vivem em extrema pobreza. Três homens foram condenados à prisão perpétua sem liberdade condicional e um quarto pegou 13 anos de prisão, também sem liberdade condicional.
Os condenados podem recorrer. O juiz Laszlo Miszori disse que os agressores viam a si mesmos como vigilantes impondo “uma solução do tipo étnico”, em vingança por crimes cometidos por ciganos.
“Para levar a cabo os seus planos, primeiro eles compraram armas e então começaram a ‘reinstalar a ordem’, ou seja, fazendo ataques armados a locais onde ciganos cometeram crimes contra os húngaros”, disse o juiz.
Num dos ataques, vários homens atearam fogo a uma casa à beira da aldeia de Tatarszentgyorgy, perto de uma floresta a 30 minutos de Budapeste, no final da noite de 22 de Fevereiro de 2009.
Quando os habitantes fugiram do prédio em chamas, os criminosos mataram Robert Csorba, um homem cigano de 29 anos, e seu filho de 4 anos de idade, Robert Jr. Uma menina também ficou gravemente ferida. Os atiradores fugiram.