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Concorrência zimbabweana dificulta plano de comercialização de algodão

A concorrência imposta pelo Zimbabwe na comercialização fronteiriça de algodão vai inviabilizar o cumprimento das metas traçadas pela empresa OLAM, na aquisição desta cultura de rendimento, no distrito de Mágoè, província central moçambicana de Tete, soube o “Diário de Moçambique” do respectivo gestor, Elias Tivane.

O plano prevê a compra de 3.500 toneladas, devendo ficar aquém em pelo menos mil toneladas. Os operadores zimbabweanos têm oferecido facilidades variadas para os produtores do “ouro branco”, nomeadamente o uso do dólar norte-americano, em vigor no seu país, que proporciona inúmeras vantagens nas trocas comerciais com os camponeses, no concernente aos bens da primeira necessidade e não só entre as partes envolvidas.

A par da utilização da moeda norteamericana, os comerciantes zimbabweanos gozam de uma gama de infra-estruturas de apoio imbatíveis, se comparadas com as verificadas no lado oposto: comércio baseado em bancas, onde campeia a falta de capacidade financeiro-técnica, vias de acesso em precário estado de conservação, insuficiência, senão ausência, de produtos e artigos diversos.

Em contrapartida, a OLAM viu-se na contingência de responder aos desafios impostos pelos adversários, aplicando um preço mais elevado que o do alémfronteira, 25 meticais (o dólar vale cerca de 30 meticais) por quilo de algodão, dez acima do autorizado pelo Instituto Nacional de Algodão, contra os 21 meticais oferecidos por zimbabweanos, calculados em dólares.

Elias Tivane considerou que esta situação provoca sérios prejuízos à empresa que representa, dado que esta investiu mais na aquisição e distribuição de factores de produção, nomeadamente sementes, pesticidas, enxadas, catanas e machados, a compensar pela compra do algodão, que ora para nas mãos de terceiros, que não tiveram qualquer esforço.

O “Diário de Moçambique” soube que uma parte considerável dos produtores de algodão com mais de um hectare de área provêm do país vizinho e estes têm também servido de exemplo a seguir na venda daquele produto de exportação naquele território.

Todavia, Tivane garantiu que “vamos continuar a lutar em prol da comercialização de algodão na região, apesar das adversidades, pois temos outras contrapartidas a considerar”, apontando para as motorizadas, bicicletas, óleo de cozinha e outros géneros que atraem os produtores, incentivando estes a atender mais o mercado nacional.

A concessão na posse da OLAM, que contempla alguns distritos de Tete, Chiuta, Cahora Bassa, Magoè; Manica, Guro e Zambézia, Morrumbala e Mopeia vai exportar sete mil toneladas de fibra de algodão na presente safra agrícola, duplicando as quantidades do ano passado (3.500).

A exportação deriva de uma produção global de nove mil toneladas, naquilo que constitui a segunda campanha da empresa, com o envolvimento de 20 mil camponeses.

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