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Concluído Campus da primeira Universidade privada de Moçambique

A Universidade A Politécnica, a primeira instituição privada de ensino superior em Moçambique, concluiu, semana passada, o projecto de construção do seu campus principal em Maputo, um investimento global avaliado em 12 milhões de dólares.

Criada em 1996, na altura com a designação de Instituto Superior Politécnico Universitário (ISPU), a Universidade APolitécnica é uma das maiores instituições do ensino superior em Moçambique, com delegações em Nampula, Quelimane e Tete. Brevemente, deverá abrir uma delegação em Nacala.

Falando durante a cerimónia de inauguração da fase final do campus, o reitor daquela instituição, Lourenço do Rosário, falou do percurso histórico daquele projecto que antes do seu arranque não passava de uma aventura, encarada com cepticismo por alguns, mas encorajada por outros.

“Quero aqui destacar o apoio do Presidente Joaquim Chissano, que quando o procurei para lhe falar sobre o projecto disse-me: dou-te todo o apoio político necessário, mas nunca me procures por causa de dívidas que possas ter com os bancos”, explicou.

Lourenço do Rosário conta ter-se deparado com a barreira da lei sobre a criação de instituições privadas do ensino superior que determinava o pagamento de uma caução correspondente a um mínimo de 10 por cento do investimento do projecto. Considerando que o projecto do ISPU estava orçado em 500 mil dólares na altura, o “investidor” tinha de pagar um valor mínimo de 50 mil dólares. “Eu em dinheiro vivo só tinha quatro mil dólares”.

Para ultrapassar essa barreira administrativa, Do Rosário destacou o papel do então Ministro das Finanças, Eneias Comiche, que, para este projecto concreto, estabeleceu uma caução simbólica de cinco milhões de meticais – hoje cinco mil meticais – uma soma equivalente a 160 dólares americanos ao câmbio corrente.

Ultrapassado este obstáculo, o pro- motor do projecto conseguiu uma parceria com a empresa pública Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) para passar a utilizar algumas instalações na altura ociosas a troco de cinco bolsas anuais.

“Foi então que em Fevereiro de 1996 iniciou a actividade com 165 alunos no semestre zero. Foi com esses alunos que pagávamos salários e comprávamos material”, disse ele, acrescentando que “dois anos depois já tínhamos mais de 700 alunos”. Entretanto, a medida que ia crescendo, o instituto precisava de instalações próprias.

Do Rosário conta que também lhe foi recusada a sua primeira tentativa de adquirir um empréstimo devido a falta daquilo que os bancos consideram de garantia segura. Conta que foi graças ao apoio do economista Magid Ossemane, na altura do BancoComercialedeInvestimentos(BCI), que conseguiu “o primeiro empréstimo no valor de meio milhão de dólares tendo como garantia o próprio projecto”.

Hoje, com um campus principal no centro da cidade de Maputo, onde também conta com uma escola secundária, três delegações (com instalações próprias) e planos de expansão para as restantes regiões do país, APolitécnica diz que a sua meta não é mais aumentar o número de alunos – o que certamente constitui desejo de qualquer instituição privada do ramo.

“Tendo atingido a fasquia dos 5.100 estudantes, a nossa meta é consolidar as nossas conquistas”, disse Do Rosário, destacando a aposta na melhoria da qualidade, consolidação dos cursos de mestrado e doutoramento e formação dos seus doentes.

Esta instituição também pretender consolidar o seu projecto de extensão universitária, contribuindo para melhoria da qualidade de saúde, incluindo através de programas de rádio (da universidade).

Sobre a extensão universitária e melhoria da qualidade do ensino, Do Rosário diz ter alcançado um acordo com o Município de Maputo para a privatização de cinco escolas primárias da capital moçambicana que vão beneficiar da total gestão da APolitécnica a custo zero.

Falando na cerimónia de inauguração da última fase do campus desta instituição, o Presidente da República, Armando Guebuza, considerou Lourenço do Rosário como “intelectual capaz de concretizar as suas ideias” e um exemplo a ser seguido.

“Dizia-se na altura que os intelectuais tinham facilidade de falar, discutir e de criticar, mas quando chegasse o momento de executar ai recuavam. O Doutor Lourenço do Rosário mostrou que é um intelectual capaz de realizar, de concretizar”, disse Guebuza.

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