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Concluída linha de transporte de energia para Grafite de Ancuabe

A construção da linha de transporte de energia eléctrica para a empresa Grafite de Ancuabe esta praticamente concluída, o que permitirá o reinício, “em breve”, das actividades de exploração daquela unidade industrial a cargo de um consórcio francês e canadiano.

A Grafite de Ancuabe encontra-se paralisada há cerca de 10 anos devido, fundamentalmente, aos insuportáveis custos de produção, derivados da utilização de energia eléctrica gerada a partir de motores a gasóleo, “mas, a partir de agora, a empresa vai passar a ser alimentada por corrente eléctrica da rede geral”.

O governador provincial de Cabo Delgado, Eliseu Machava, que recentemente assinou, em Pemba, um memorando de entendimento com os investidores interessados na reactivação da empresa, disse estarem “praticamente prontos” os trabalhos de extensão de uma linha de transporte de corrente eléctrica a partir da subestação de Mutoro até à sede distrital de Ancuabe. Machava afirmou que os elevados custos de energia eléctrica foram alguns dos principais factores que forçaram a paralisação da exploração de grafite no distrito de Ancuabe, dadas as constantes subidas do preço do petróleo registadas nos últimos anos no mercado internacional.

“Os geradores eléctricos consumiam elevadas quantidades de diesel, tornando insustentável a actividade de exploração de grafite”, disse. “Felizmente, este problema de energia ficou resolvido porque, em breve, o distrito de Ancuabe estará interligado à rede eléctrica nacional, o que será fundamental para o relançamento da actividade económica, no contexto dos esforços para o combate à pobreza absoluta, que é o nosso principal objectivo”, acrescentou.

Eliseu Machava considerou a assinatura do memorando de entendimento entre o Governo moçambicano e investidores “um acontecimento muito importante para a província de Cabo Delgado, porque a reactivação da Grafite de Ancuabe vai ter um grande impacto social, sobretudo em termos de criação de postos de trabalho”. Espera-se que este ano (2009) os fluxos do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) se intensifiquem em Cabo Delgado (norte de Moçambique) não só com a reactivação deste empreendimento, como também com a implementação de outros projectos nos sectores mineiro, turismo, entre outros.

Refira-se, no entanto, que em Cabo Delgado, enquanto que o crescimento económico ajudou a agricultura e os serviços a recuperar para os níveis de 1981, o sector industrial está actualmente apenas a cerca de 60 por cento da sua dimensão. Para além do problema de energia, a capacidade de gestão em muitas empresas era baixa e o acesso a divisas para importação de matérias-primas e acessórios também era extremamente limitado, entre outros constrangimentos.

Dados a que a AIM teve acesso indicam que antes da paralisação, a empresa Grafite de Ancuabe empregava cerca de uma centena de trabalhadores, muitos dos quais recrutados localmente, esperando-se que alguns sejam readmitidos.

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