Operadores florestais e as comunidades residentes no posto administrativo de Muaquia, distrito da Majune, na província de Niassa, Norte de Moçambique, estão em rota de colisão, com os residentes a acusarem os operadores de usurpação de espaços destinados a agricultura.
O facto é que, segundo os populares residentes naquele posto administrativo, na área de florestas e fauna bravia, existe uma parte bem delimitada para a exploração florestal e outra reservada às comunidades para a prática da actividade agrária.
Porém, segundo os populares que apresentaram esta preocupação a Esposa do Chefe do Estado, num encontro que mantende com a população de Muaquia, os operadores invadem as zonas reservadas as machambas e abrem estradas para poderem penetrar na mata destruindo as machambas.
Na tentativa de resolver o assunto, os membros das comunidades pedem ao Governo local para trabalhar na procura de soluções para este problema que tende a evoluir para uma situação de conflito, porque as comunidades estão constrangidas pelo facto de verem suas machambas a serem destruídas pelos operadores.
Manito Martins, residente de Muiaquia, disse, à margem do encontro, que as comunidades falaram com os régulos que têm a responsabilidade de delimitar as áreas, sendo que, na altura, os operadores aceitam respeitar os limites, para logo depois fazerem o que bem entenderem perante total apatia das autoridades governamentais.
“É por isso que as comunidade pedem para que o Governo trabalhe bem com os operadores para que estes passem a respeitar os limites estabelecidos”, disse Martins.
No encontro foi abordada também a questão das queimadas descontroladas, tendo os residentes acusado os fiscais da Fauna e Florestas de serem os mentores desta pratica.
Por causa das queimadas descontroladas que se registam em Muaquia, a Esposa do Presidente da Republica apelou aos residentes para evitem queimar as florestas, destacando que “a floresta é uma riqueza que deve ser preservada e que as queimadas agudizam o conflito Homem/ Fauna Bravia”.
Sobre esta matéria, Manito Martins, disse que a mata naquele posto administrativo tem sido constantemente alvo de caça furtiva, incluindo de elefantes para obterem pontas de marfim.
Na zona, segundo Martins, tem se registado casos de exploração ilegal de madeira e que, para lograrem os seus intentos, o ilegais fazem o corte durante o dia, fazendo se passar por operadores autorizados e depois fazem o transporte do produto furtado a noite para não serem detectados pelas autoridades florestais.
Com uma superfície de 2.900 quilómetros quadrados, o posto administrativo de Muaquia conta com uma população de pouco mais de dois mil habitantes que vive da agricultura (produzindo, entre outros, o milho, mapira, mandioca, mexoeira.