Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Complicações de gravidez e parto matam onze mulheres por dia

Pelo menos onze mulheres morrem por dia em Moçambique, devido a complicações relacionadas com a gravidez e o parto, refere um estudo do Ministério da Saúde (MISAU) tornado público na quarta-feira, em Maputo, durante o lançamento da Parceria Nacional para a Saúde Materna, Neo-natal e Infantil no país.

O estudo refere ainda que em cada mil crianças que nascem vivas por ano, 48 morrem, entre os zero e 28 dias de vida, por razões aliadas a problemas ocorridos durante a gravidez e o parto, incluindo práticas caseiras pouco apropriadas, representando cerca de 27 por cento do total de mortes em crianças menores de cinco anos.

Ainda segundo o estudo, anualmente, 536 mil mulheres morrem durante a gravidez e o parto, em todo o mundo, ou seja, 1.5 mil mulheres morem por dia, o equivalente a uma mulher por minuto. O ministro moçambicano da Saúde, Ivo Garrido, disse, na ocasião, que de todas as mortes maternas que ocorrem no mundo, 99 por cento acontecem em países em vias de desenvolvimento, sendo metade em África. Garrido afirmou que á semelhança de muitos países em desenvolvimento, em Moçambique três quartos (3/4) de todas as mortes maternas são resultantes de causas evitáveis, entre elas a hemorragia, sépsis, trabalho de parto arrastado, doença hipertensiva da gravidez e aborto séptico.

O ministro apontou a pobreza, baixo nível de escolaridade da mulher, práticas culturais prejudiciais, deficientes redes de comunicação e transportes, bem como desequilíbrio de género como alguns dos factores que contribuem para estas mortes. Contudo, Garrido assegurou que o Governo moçambicano continuará a prestar serviços especiais em benefício da Saúde Materno Infantil. “O Governo de Moçambique, desde a Independência Nacional, definiu, de entre vários grupos populacionais, as Mulheres e Crianças como sendo dois dos grupos populacionais mais vulneráveis e criou serviços especiais para providenciarem atenção especial à Saúde Materno Infantil”, disse.

De acordo com o Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS 1997 e 2003), a taxa de mortalidade materna em Moçambique reduziu de 692 em cada 100 mil nados vivos em 1997 para 408, na mesma escala. “Embora seja evidente a redução destas taxas, o facto é que em Moçambique 11 mulheres morrem por dia e 3.840 morrem por ano por causa de complicações de gravidez e parto”, indicou o ministro. Garrido disse ainda que Moçambique integra várias iniciativas e parcerias cujo objectivo é, entre outros, melhorar cada vez mais a Saúde da mulher e da criança.

Em Fevereiro de 2008, o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, levou a cabo uma iniciativa presidencial da Saúde da mulher e da criança visando sensibilizar e convidar a todos os intervenientes sociais a envolverem-se na defesa da saúde destes dois grupos populacionais. Porque nenhum governo, organização ou instituição pode abordar e resolver os problemas da saúde da população isoladamente, e porque as políticas, estratégias e programas dos sectores públicos/privados e da sociedade civil contribuem de forma crucial para criar um ambiente favorável à saúde, “todo o esforço para promover a saúde e evitar mortes necessita de acção multi-sectorial e interdisciplinar”, reiterou o ministro.

Por sua vez, a primeira-dama da República, Maria da Luz Guebuza, disse que o Governo e seus parceiros de cooperação possuem enormes desafios pela frente, destacando a área da promoção da saúde da mulher e da criança e na melhoria da qualidade do atendimento ao parto que são, segundo ela, “elementos essenciais para a diminuição da mortalidade materna e peri-natal”.

“Para fazer face aos desafios desta área de saúde pública, continuaremos empenhados na busca de apoios para a construção de casas “mãe-espera”, para que mais mulheres façam uso das facilidades de assistência nas nossas unidades sanitárias”, disse. A esposa do Presidente da República, actualmente patrona desta parceria, disse ainda que “a nossa aposta é continuar a fazer advocacia para que haja maior investimento na saúde.

Continuaremos firmes na promoção da saúde da mãe e da criança, de forma a reduzir as taxas de mortalidade materna, Neo-natal e infantil”, afirmou. A Parceria Nacional para a Saúde Materna, Neo-natal e Infantil integra, como colaboradores, os ministérios do Trabalho, da Ciência e Tecnologia, da Mulher e Acção Social, a Organização Mundial da Saúde, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Agencia Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!