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Comitê de campanha de Moussavi publica relatório sobre fraude

O comitê de campanha do líder da oposição iraniana Mir Hossein Moussavi denunciou nesta terça-feira, em relatório, as fraudes e as irregularidades presumivelmente cometidas durante as eleições presidenciais, exigindo a criação de uma “comissão verdade” para reexaminar o processo eleitoral.

Em comunicado de três páginas no Kalemeh, o site do candidato, o “comitê pela proteção dos votos” de Mir Hossein Moussavi apresenta uma lista de suas principais queixas contra o processo eleitoral. Em vista das suspeitas sobre a legitimidade do pleito, o comitê pede a criação de uma “comissão da verdade (…), aceita por todas as partes para examinar todo o processo eleitoral”.

O relatório denuncia, principalmente, a “utilização em larga escala da máquina do governo em favor de seu candidato”, o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad, considerado vencedor das eleições de 12 de junho com 63% dos votos. Critica, também, a escolha dos membros das comissões encarregadas de organizar as eleições, selecionados entre os partidários de Ahmadinejad.

“Cédulas eleitorais foram impressas na noite da eleição sem número de série, o que é um fato sem precedente na história do país”, destaca o relatório. Cita, também, a fabricação de “2,5 vezes mais carimbos para validar os votos (…) o que pode favorecer as fraudes”.

Segundo o comitê, os representantes dos candidatos foram também impedidos, por diversos motivos, de estarem presentes nas seções eleitorais para acompanhar o processo. Denuncia, também, a interrupção da transmissão das redes de SMS, que permitiriam aos representantes de Moussavi alertar sobre eventuaiss irregularidades.

O comitê emite “sérias dúvidas” sobre se as urnas estavam de fato vazias antes de serem enviadas às seções eleitorais. Explica que os representantes dos candidatos não estavam presentes quando foram seladas.

À tarde, o comitê de campanha anunciou que ia publicar em breve um relatório “completo” sobre a “fraude e as irregularidades” cometidas durante a votação. O poder iraniano excluiu nesta terça-feira a possibilidade de anulação da presidencial contestada do dia 12 de junho e anunciou que o novo presidente e seu governo tomariam posse entre 26 de julho e 19 de agosto.

“Durante a recente eleição presidencial, ‘não constatamos nenhuma fraude ou infração maior. Por consequência, não há possibilidade de uma anulação” do pleito, declarou o porta-voz do Conselho dos Guardiães da Constituição, encarregado de supervisionar as eleições no Irã, Abbas Ali Kadkhodaie. O Conselho, no entanto, pediu e obteve do guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, um prazo de cinco dias suplementares para examinar as queixas apresentadas pelos candidatos que contestam a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad.

O Conselho tinha inicialmente um prazo até quarta-feira para estudar as contestações.

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