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Comerciantes perturbam o descanso de defuntos em Nampula

Comerciantes perturbam o descanso de defuntos em Nampula

A desvalorização da morte e o desrespeito do descanso dos defuntos persistem em algumas comunidades da província de Nampula, em resultado da procura de espaços para a implantação de estabelecimentos comerciais. A 26 Março passado, um grupo de cidadãos invadiu um cemitério familiar e destruiu algumas campas sem o consentimento dos proprietários supostamente para erguer barracas no local. No posto administrativo da Mutava-Réx, há pelo menos 50 túmulos na mira de negociantes, facto que está a gerar polemica.

Alguns cadáveres foram compulsivamente exumados e não se sebe qual é o destino que é dado aos mesmos uma vez que a situação acontece à revelia dos parentes dos entes queridos. As autoridades municipais estão indiferentes diante do problema alegadamente porque não lhes compete dirimir casos desta natureza.

O problema segue-se à destruição de perto de 40 barracas no mercado 25 de Junho, vulgo Matadouro, por ordens do edil Mahamudo Amurane, o que deixou mais de 100 pessoas sem meios de geração de renda.

O @Verdade apurou que algumas pessoas que vandalizam os sepulcros se fazem passar por familiares dos defuntos. A campa do régulo e antigo proprietário do terreno que hoje funciona como cemitério familiar, enterrado no tempo colonial, também não escapou da acção dos malfeitores.

Licora Tharieque, de 80 anos de idade, identificou-se como herdeiro do espaço em causa. Indignado, disse que já houve reunião entre alguns familiares cujos entes queridos jazem naquele cemitério e foi criada uma comissão para averiguar caso, mas ainda não há informação sobre esse trabalho. Enquanto a solução para o problema não chega, os desmandos prosseguem.

Manqui Monjomo, proprietário do terminal de transportes rodoviários, sito nas proximidades do cemitério em alusão, é acusado de fomentar a desordem supostamente por não ter comparecido a encontro que visava dirimir o problema. O visado defendeu-se dizendo que a situação é assustadora, por isso, deve ser construído um muro de vedação para evitar a profanação de túmulos.

O Gabinete de Comunicação e Imagem do Conselho Municipal da Cidade de Nampula distanciou-se do problema, porém, considerou que a destruição de campas é um desrespeito para os mortos e a acção é protagonizada pelas pessoas de má-fé.

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