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Comboio volta a apitar em Moatize

Vinte e seis anos depois, comboio volta a apitar na vila sede do Distrito de Moatize, Província de Tete, Centro do País, simbolizando a conclusão dos trabalhos de reconstrução da Linha de Sena, que liga aquela vila carbonífera ao Porto da Beira, numa extensão de 446 quilómetros.

O primeiro comboio a chegar a Moatize foi recebido num ambiente de festa na tarde do último sábado, penúltimo dia do primeiro mês do ano, correspondendo a previsão do consórcio que está a reconstruir a linha. Uma fonte da Companhia Caminhos de Ferro da Beira (CCFB) disse ao nosso jornal ter se tratado de comboio de serviço. Indicou que o trabalho de base de reconstrução da linha está praticamente concluído, faltando apenas pequenas intervenções complementares, com vista a garantir segurança no transporte de passageiros e carga. Apontou que a inauguração oficial da linha está prevista para até Junho próximo, cerimónia que confirmou será orientada pelo Chefe de Estado.

Todavia, enfatizou que o primeiro comboio a chegar a Moatize foi recebido num ambiente efusivo pela população e membros do governo da província e do distrito, que acorreram em massa a estação local. O Distrito de Moatize, cuja vila sede em 1998 foi elevada à categória de Município, destaca-se por possuir gigantescos jazigos de carvão mineral, principalmente a hulha, neste momento ainda não explorados comercialmente mas já concessionados. A Bacia Carbonífera de Moatize tem uma importância económica fundamental para Moçambique. O carvão aí explorado era transportado via caminho-de-ferro, pela Linha de Sena, até à Beira e depois viajava por via marítima para vários destinos. A Linha de Sena, que tem o seu terminal em Moatize, foi construída para escoar o carvão desta região.

A concessão da exploração do carvão de Moatize, interrompida devido à guerra civil, foi atribuída em 2004 à companhia brasileira VALE e o início da exploração está previsto para 2011. A australiana Riversdale também possui uma concessão de exploração de carvão em Tete, desta feita na região de Benga. Com a entrada em funcionamento da linha-férrea de Sena, as actividades de exploração em grande escala de minérios a partir de 2011 vão ganhar um outro desenvolvimento. Refira- se, entretanto, que a Província de Tete é hoje a que tem estado a registar maior crescimento económico a nível nacional, um desenvolvimento intrinsecamente ligado a exploração do carvão de Moatize, tido como tão bom como os melhores da Europa e é da mesma formação do de Witbank, da República da África do Sul.

No quinquénio iniciado em 2005 a 2009, a Província absorveu um volume de investimentos na ordem de 1.7 bilião de dólares Norte Americanos, segundo dados do Centro de Promoção de Investimentos (CPI). O Governo Moçambicano pretende implantar no Município de Moatize um Parque Industrial, cujo objectivo é prover respostas ao intenso movimento de grandes empresas interessadas na exploração mineira, sobretudo do carvão. O Distrito de Moatize, que dista a vinte quilómetros da Cidade de Tete, capital da província com o mesmo nome, no Centro do País, ocupa uma superficie de 8.455 quilómetros quadrados, e tem o privilégio de fazer fronteira com a vizinha República do Malaui, a Este.

Além da ocorrência de recursos minerais, o distrito também possui potencialidades no domínio da Agricultura, principalmente na sua região Sul, banhada pelos rios Zambeze e Mecombedzi. A Agricultua, aliás, constitui a principal actividade desenvolvida pela população do Distrito de Moatize

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