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Comboio já apita na Linha de Sena

O comboio de transporte de passageiros e de carga já pode circular ao longo da linha férrea de Sena ligando Dondo, província de Sofala, a vila carbonífera de Moatize, em Tete, Centro de Moçambique, mas apenas em situações de emergência.

Trata-se do retorno deste meio de transporte ferroviário na Linha de Sena, depois da sua paralisação completa por 27 anos, na sequência da sua destruição durante a guerra dos “16 anos” terminada em 1992. Com 574 quilómetros de extensão, a linha de Sena parte de Dondo (a 30 quilómetros da cidade portuária da Beira) até Moatize, com duas estações, uma entre a ponte da Dona Ana (no rio Zambeze) até a fronteira com o Malawi (com 44 quilómetros) e entre a vila de Inhaminga a Marromeu (com 82 quilómetros).

Agora, os comboios podem operar em situações de emergência e obedecendo uma velocidade condicionada de 25 quilómetros por hora entre as estações de Dona Ana e Moatize (de 146 quilómetros) que ainda se encontram na fase de balastragem. Falando Quinta-feira na Beira, o director da Brigada de Reconstrução deste empreendimento, Cândido Jone, explicou que, depois dos trabalhos de balastragem, seguirão as fases de alinhamento, nivelamento e ataque mecanizado, bem como a de soldadura das estações das linhas continuas.

“Depois disso, a via estará pronta para comboios de passageiros e comerciais”, disse, citado pelo jornal “Noticias”. Por outro lado, Jone assegurou que até ao final deste ano serão concluídos os trabalhos destinados a restaurar as 33 estações e apeadeiros existentes na Linha de Sena, orçados em dois milhões de dólares e cuja execução está a cargo do consórcio ABRASIVE Construções e Kaniva Construções.

Iniciadas em 2006, as obras da sua reabilitação desta linha foram realizadas pelo empreiteiro indiano RICON com o término primeiramente marcado para Setembro de 2009, mas os trabalhos só terminaram em Janeiro último depois de múltiplas alterações do seu calendário. Para o efeito, o Banco Mundial, Banco Europeu de Desenvolvimento e a Companhia Caminhos de Ferro da Beira desembolsaram um total de 137 milhões de dólares para a realização das obras.

Segundo Jone, que é igualmente director executivo da empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique-Centro, a reabilitação desta linha sofreu vários incumprimentos dos prazos por parte do empreiteiro. Para corrigir esse erro, uma equipa conjunta constituída pelo dono da obra, empreiteiro e um engenheiro independente fez o levantamento dos trabalhos ainda residuais de modo a elaborar um novo calendário dos trabalhos a ser finalizado dentro de uma semana.

“Nunca houve paralisação dos actividades por falta de fundos. Tecnicamente, os trabalhos físicos da empreitada relativamente a durabilidade não têm razões de queixa”, disse a fonte, acrescentando que “estamos saturados com o incumprimento dos prazos. Tentamos aplicar as sanções previstas no contrato e deixamos pagar alguns trabalhos como forma de pressão…”.

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