Os combatentes iraquianos peshmerga chegaram ao sudeste da Turquia, esta quarta-feira (29), a caminho da cidade síria de Kobani, para tentar ajudar os companheiros curdos a derrubar o cerco feito pelo Estado Islâmico, que resiste aos ataques aéreos liderados pelos EUA.
Kobani, próxima à fronteira com a Turquia, tem sido alvo de uma implacável ofensiva de militantes do Estado Islâmico há mais de um mês e o seu futuro é um teste para a capacidade da coligação liderada pelos EUA de combater os insurgentes radicais sunitas.
Semanas de ataques aéreos sobre posições do Estado Islâmico nos arredores de Kobani, e as mortes de centenas de jihadistas, não foram o suficiente para quebrar o cerco. Os curdos-sírios e os seus aliados internacionais esperam que a chegada dos peshmerga, junto com as suas armas mais pesadas, pode mudar o cenário.
Um avião da Turkish Airlines tocou o solo da cidade de Sanliurfa, no sudeste turco, na madrugada, no meio a forte esquema de segurança, disse uma testemunha da Reuters.
Uma coluna de autocarros brancos escoltada por veículos blindados e carros da polícia deixou o aeroporto pouco depois. “Eles estarão na nossa cidade hoje”, disse Adham Basho, membro do Conselho Nacional Curdo Síria de Kobani, sobre os peshmerga, confirmando que um grupo com entre 90 e 100 combatentes havia chegado a Sanliurfa.
Um outro grupo de peshmergas está a viajar para a região fronteiriça turca por terra com armamentos mais pesados. Um canal curdo de televisão mostrou um vídeo com o que disse ser um comboio peshmerga de veículos carregados com armas a caminho de Kobani.
Saleh Moslem, co-presidente do Partido da União Democrática Curdo-Síria (PYD), disse que os peshmerga devem entrar em Kobani, conhecida em árabe como Ayn al-Arab, na noite da quarta-feira e que eles levariam armamento pesado com eles.
“É principalmente artilharia ou armas antitanques e antiblindados”, disse ele, acrescentando que o equipamento deve ajudar os combatentes curdo-sírios a repelir os insurgentes do Estado Islâmico que têm utilizado veículos blindados capturados nas ofensivas anteriores.
O Estado Islâmico causou alarme internacional depois de ter capturado grandes faixas territoriais no Iraque e na Síria, declarando um “califado” islâmico e ignorando as fronteiras entre os dois países, além de massacrar e expulsar muçulmanos xiitas, cristãos e outras comunidades que não compartilham as suas crenças radicais do Islão sunita.