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Com o combate ao HIV/SIDA encerra o Festival Internacional de Maputo

A menos de algumas horas para o término do VIII Festival Internacional de Maputo, o que acontecerá na noite desta Sexta-feira, 11 de Maio, com a realização de mais um concerto memorável, desta vez o “Awareness Concert”, no Teatro Avenida, o elenco do evento quis associar à iniciativa uma actividade mais salutar ainda: o combate e prevenção ao HIV/SIDA.

Quinta-feira, 10 de Maio, artistas de diversas origens – entre os quais moçambicanos e norte-americano – criaram um grupo de trabalho ao abrigo do qual revelam ao público amante da música que é possível associar instrumentos de música tradicional africana como, por exemplo, o Xitende e a Mbira, aos clássicos ocidentais como o violino, o trompete e produzir uma música universal.

A conjugação foi fantástica: uma combinação de sonoridades que possibilitou aos cidadãos do mundo, por não serem da mesma nação, que, Quinta-feira, encontravam-se no Teatro Avenida, em Maputo, a identificar-se com mensagem musical mesmo que interpretada numa língua bantu, o xichangana.

Para nós aqueles murmúrios de Luka Mukhavele, o intérprete do referido grupo de trabalho artístico, apesar de ter-nos sido fácil compreender – por sermos da região sul de Moçambique e, por conseguinte, ser o xichangana a nossa língua vernácula – muito pouco diferiram do resmungar do povo africano perante a opressão da escravatura no tempo colonial.

A única diferença é que o contexto é outro, por isso, os desafios também.

Era como se o Jazz, como se tem dito que surgiu da revolta dos africanos fatigados pelos trabalhos opressantes que faziam perante as ordens coloniais, renascesse ali. É que Luka e a sua banda começaram por aconselhar às raparigas a não serem levianas perante os rapazes, referindo-se dos perigos que daí poderiam derivar. Até aí estava tudo bem.

Mas mais adiante, o artista entendeu que tinha que contar a história de Moçambique a partir de uma composição a qual, em certo sentido, chamou O Ancião Está Aborrecido. Ora, se ele está aborrecido só podia resmungar. Afinal, contrariamente às pessoas de tenra idade, pelo menos no plano físico, ele não tem mais a quem reclamar. Como tal, aquele resmungar engendrado artisticamente nada mais nos pareceu que o renascer da música Jazz.

De qualquer modo, relativamente à questão do HIV/SIDA, “o que podemos fazer para que as pessoas sejam mais sensíveis às mensagens de prevenção? Será que nós artistas temos um papel especial para isso? Será que o que se tem feito até agora serviu? Espera-se mais de nós para mitigarmos a discriminação sofrida pelas pessoas vivendo com HIV?”

Estas são algumas das perguntas que o estimado leitor ou internauta pode ter a possibilidade de ouvir a opinião dos artistas envolvidos no VIII Festival Internacional de Maputo, hoje, a partir das 18.30 horas, no Teatro Avenida, a debater.

É que os artistas, reunidos à volta de uma mesa, reflectiram sobre o papel por eles desempenhado na sociedade moçambicana para a a sensibilização do público em matéria de HIV/Sida. Ora. O resultado dos referidos encontros poderá ser conhecido hoje.

Aliás, de acordo com os organizadores da iniciativa, não faltam argumento para esta postura: “este ano o Festival Internacional de Musica de Maputo juntamente com PEPFAR quis criar uma plataforma para a interacção dos jovens artistas moçambicanos e estrangeiros para falarem sobre HIV/Sida, para discutirem sobre o papel que podem ter numa maior conscientização e sensibilização, sendo o número de infecções ainda muito alto e sendo o estigma uma presença constante na vida das pessoas vivendo com HIV”.

Como tal, um elenco constituído por artistas como Lucrécia Paco, Mário Mabjaia, Kika Materula, Xixel Langa, Miguel Mabota (Xabindza), Luka Mukhavele, Dani Chinbia, Rosa Mário, Feliciano de Castro e Celso Durão juntar-se-à a Ana Maria Muhai, do Programa DREAM, que mereceu o reconhecimento de “Mulher coragem de Moçambique 2012” pela Embaixada dos Estados Unidos de América, para debaterem, levantarem questões e desafiarem o público sobre esta matéria.

Mais adiante, e mais divertido ainda, será realizado um “jam session entre tradição e modernidade, entre clássico e experimental, com oboé, piano forte, timbila e outros instrumentos para encerrar a VIII edição do Festival Internacional de Maputo, com uma mensagem para todos: “Responsabilidade é solidariedade”.

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