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Colisão entre “chapas” mata cinco pessoas e fere outras 35 em Maputo

“Há uma necessidade premente de se fazer qualquer coisa séria para evitar mortes na estrada. A minha sobrinha não quer acreditar que o pai que lhe deu um beijinho na madrugada deste dia jamais irá regressar a casa”, desabafou, lavado em lágrimas, Fernando Macave irmão de uma das cinco vítimas mortais do acidente de viação que aconteceu nas primeiras horas desta terça-feira (25) na Estrada Nacional número 1, no bairro do Zimpeto, no município de Maputo. O finado viajava num dos dois minibus de transporte semi-colectivo de passageiros, vulgo “chapa”, que chocaram frontalmente a alta velocidade e, para além dos danos materiais, deixaram também 35 cidadãos feridos, alguns com gravidade.

Horácio Luís Mondlane, de 32 anos de idade, é um dos passageiros feridos. Ao @Verdade, ele narrou que o acidente foi causado pela viatura com a matrícula ABY 289 MP, que apuramos estar a ser conduzida por um cidadão identificado pelo nome Custódio Agostinho, de apenas 19 anos de idade, que fazia o transporte de passageiros na rota Maputo/Manhiça.

Segundo Horácio Mondlane, que apanhou o “chapa” no terminal do Zimpeto, após passarem pela paragem conhecida como “coqueiros”, nas proximidades do Hospital Psiquiátrico do Infulene, surgiu no sentido contrário um minibus em alta velocidade e a fazer ultrapassagens fora da sua faixa de rodagem tendo embatido frontalmente no “chapa” em que a testemunha, e vítima, seguia.

Após o choque Horácio recorda-se apenas de ouvir gritos. Quando recuperou os sentidos estava a receber cuidados médicos no HCM, onde está internado.

“Fui reconhecer o corpo do meu irmão na morgue”

Eurico Luís Getimane, de 24 anos de idade, era o condutor do chapa, que sofreu o acidente, quando transportava passageiros na rota Zimpeto/Baixa, apesar da sua licença de transporte semi-colectivo permitir-lhe operar apenas rota Praça dos Combatentes/Anjo Voador.

Na sequência do choque frontal ficou entalado na viatura, assim como um dos passageiros.

Gravemente ferido, Eurico acabou por perder a vida no Hospital Central de Maputo (HCM), para onde havia sido transportado após ser socorrido por populares e mais tarde pelos serviços dos bombeiros.

No local do acidente, que originou um grande engarrafamento nas primeiras horas do dia no sentido norte-sul, quatro passageiros pereceram. Manuel Martins Macave, de 37 anos de idade, residente no bairro de Intaka, no município da Matola, foi uma dessas vítimas mortais.

@Verdade falou com o seu irmão, Fernando Martins Macave, que teve a árdua tarefa de reconhecer o corpo sem vida do seu parente. Relatou-nos muito transtornado que cedo resolveu telefonar para o irmão e a chamada foi atendido por um desconhecido que apenas o informou de que o proprietário do telemóvel havia sofrido um acidente de viação.

Fernando dirigiu-se ao Hospital Geral José Macamo, o mais próximo do local do sinistro, mas o seu ente querido não constava da lista dos doentes que ali tinham sido admitidos. Dirigiu-se então ao Hospital Central de Maputo onde foi encaminhado para a morgue, “fui reconhecer o corpo do meu irmão na morgue do Hospital Central de Maputo.” O finado deixa dois filhos menores, uma rapariga de sete anos e um rapaz mais novo.

O desabafo de Fernando Martins Macave junta-se ao de milhões de cidadãos que temem pelas suas vidas todos os dias quando se fazem as estradas de Moçambique, “há uma necessidade premente de se fazer qualquer coisa séria para evitar mortes na estrada. A minha sobrinha não quer acreditar que o pai que lhe deu um beijinho na madrugada deste dia jamais irá regressar a casa. Está difícil aceitar esta dura realidade.”

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