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Clima de tensão marca primeiro da assembleia-geral do CNJ

O primeiro dia dos trabalhos da 4/a Assembleia-geral ordinária do Conselho Nacional da Juventude de Moçambique (CNJ), actualmente a decorrer no distrito de Gondola, província de Manica, centro de Moçambique, foi marcado por um clima de tensão devido a discórdias com relação a agenda de trabalhos.
Outro factor, que contribuiu para o clima de tensão, foi a alegada falta de clareza relativamente a representação dos delegados, pois a maioria dos participantes são provenientes da cidade de Maputo, num total de 100.
Também não era caso para menos, pois participam no evento um total de 130 delegados, sendo 3 por cada uma das 11 províncias existentes em Moçambique, e os restantes 97 representantes das associações e organizações a nível nacional, todas sedeadas na cidade de Maputo, capital moçambicana.
Por outro lado, alguns participantes questionavam a presença na Assembleiageral de delegados com idade superior a 35 anos, alguns dos quais participam em encontros do género desde 1997, ano que se realizou a Assembleia Constitutiva do CNJ.
Aliás, a Constituição da Republica de Moçambique define como jovem todo o indivíduo com idade compreendida entre os 18 e 35 anos.
Actualmente, o CNJ conta com 180 associações juvenis de âmbito nacional, sendo que as restantes 83 agremiações não estão representadas na Assembleia-geral, alegadamente umas por falta de regularização da sua situação e outras por falta de recursos para a sua inscrição.
A AIM soube que pelo menos 15 associações não participam na Assembleiageral do CNJ, de que são parte, porque não conseguiram reunir a quantia de mil meticais (cerca de 38 dólares) exigidos no acto de inscrição.
A discussão destas questões fez com que os debates sobre a agenda desta sessão durassem cerca de duas horas, atrasando o programa das actividades previstas para a sexta-feira.
A tensão que se instalou era tão palpável, que um grupo de delegados de seis províncias chegou mesmo a abandonar temporariamente a sala onde decorre a sessão.
O seu argumento era de que não havia condições para a sua presença nos debates, uma vez que todas as deliberações serão aprovadas pela maioria, que é proveniente de Maputo.
Os mesmos queixaram-se ainda de a sua voz não ter expressão, advertindo que o CNJ representa apenas interesses de jovens da cidade e província de Maputo.
“Nós das províncias não temos voz no CNJ, não nos deixam darmos os nossos pontos de vista” disse um dos delegados de Tete, falando na condição de anonimato.
O evento, que termina no Domingo, vai culminar com a eleição de novos órgãos directivos CNJ.

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