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Classe dirigente revela crescente apetência pelos negócios

A classe dirigente moçambicana revela crescente apetência pelos negócios e pela acumulação privada. Armando Guebuza, ele próprio, combina a sua vida política com actividades em expansão no campo dos negócios, em especial através da holding INSITEC, à cabeça da qual se encontra Celso Correia. As preocupações que esta realidade suscita entre os doadores radicam em dois factores interligados:

– Constatação de que a implantação da elite política nos negócios não tem sido benéfica para o desenvolvimento.

– Previsão de que será ainda menos benéfico por feito de um aumento da avidez pelos negócios e maior à vontade resultante da maioria adicional do partido FRELIMO. A posição de Moçambique nas tabelas de organizações internacionais que se ocupam de avaliar o estado dos países em domínios como o desenvolvimento humano, pobreza e qualidade da democraria tem vindo a deteriorar-se; a avaliação segundo a qual as últimas eleições foram fraudulentas está generalizada.

Em geral, a elite política entra nos negócios fazendo uso dos seus privilégios políticos e oferecendo activos imateriais como o poder e influências de que dispõe. Pretende ganhos rápidos e não reinveste. Não dispõe de capacidade financeira (fundos próprios) nem instrumentos afins para os gerar e alimentar os negócios. Um dos casos considerados ilustrativos do papel nocivo do controlo da economia por parte da elite política é a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).

A passagem do seu controlo para o Estado (discreta intervenção INSITEC no processo, nomeadamente no plano financeiro), ainda não confirmou expectativas de que tal viria a ser fulcro de novos projectos no Vale do Zambeze.

Com 229 000km de superfície, o Vale do Zambeze, principal reserva de água da África Austral, concentra as principais riquezas de Moçambique – em termos agrícolas, geológicos e de produção de energia. A HCB, conforme concepção inicial, deveria ser o precursor do desenvolvimento da área.

A INSITEC tem interesses em projectos considerados vitais para a exploração do Vale do Zambeze, entre os quais a construção da central norte da HCB, Porto da Beira, Corredor de Nacala e exploração do carvão de Moatize, onde a Vale, Brasil, já investiu cerca de USD600 milhões.

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