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Citigroup anuncia lucro de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre

O banco americano Citigroup, que passou por pesadas intervenções do Estado federal nos últimos meses, anunciou nesta sexta-feira os melhores resultados do grupo desde o início da crise financeira, voltando a operar no azul no primeiro trimestre.

O banco publicou um lucro líquido de 1,6 bilhão de dólares nos três primeiros meses do ano, contra uma perda de 5,1 bilhões de dólares um ano antes e uma perda de 17,2 bilhões no quarto trimestre de 2008. Os faturamentos ficaram em 24,8 bilhões de dólares, quase o dobro do mesmo período um ano antes. O diretor-geral do Citigroup Vikram Pandit destacou, em um comunicado, que este foi o melhor trimestre para o banco desde o segundo trimestre de 2007, antes da explosão da crise dos créditos “subprime”.

O Citigroup, que continua pagando muito caro por seu apetite excessivo para produtos financeiros atrelados a créditos de risco, teve um resultado melhor que o esperado pelo mercado. Em termos de ganho por ação do grupo, o Citigroup publicou uma perda de 18 centavos, contra 34 centavos previstos pelos analistas.

Eles esperavam um faturamento menor, de 21,9 bilhões de dólares. O rendimento disponível aos acionistas terminou em queda porque levou em conta uma operação de conversão em janeiro das ações preferenciais, que resultou em ganho de 1,3 bilhão de dólares par ao banco, ou 24 centavos por ação. Mas esta operação não teve impacto sobre o resultado líquido em si, destacou o Citigroup.

O lucro líquido foi puxado pelo banco de investimentos (divisão de clientes), que registrou ganho de 2,8 bilhões, o que compensou seriamente a perda de 1,2 bilhão no banco de varejo. O Citigroup também se beneficiou de um ganho de 704 milhões ligado à venda de sua participação na brasileira Redecard (cartão de crédito).

No trimestre, o banco registrou perdas por créditos não honrados no valor de 7,3 bilhões de dólares e por provisões para créditos duvidosos de 2,7 bilhões. O banco, que se beneficiou de 45 bilhões de dólares de fundos públicos e da garantia do Estado federal sobre 300 bilhões de dólares de seus ativos não vendáveis, também destacou ter ganhado em rentabilidade ao reduzir suas despesas: -23% em um ano, para 12,1 bilhões de dólares, principalmente, os efetivos foram reduzidos em 13.000 postos desde o quarto trimestre, a 309.000.

Num comunicado separado, o Citigroup anunciou não ter ainda terminado sua ampla operação de conversão em ações ordinárias dos títulos preferenciais detidos pelo Estado e os investidores privados, que deve terminar com uma nacionalização parcial do estabelecimento segundo as modalidades previstas na ajuda do Estado.

O Citigroup indicou que espera que o teste de resistência operado por Washington ante os bancos americanos tenha terminado, para medir sua solidez diante da crise e lançar esta conversão. O Citigroup revelou esta operação em 27 de fevereiro. Se todos os investidores participarem da troca, 52,5 bilhões de dólares em títulos preferenciais serão convertidos em ações ordinárias.

O Tesouro havia declarado participar com 25 bilhões de dólares, o que deve elevar seu capital em mais de 36% no banco.

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