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CITES quer mais recursos para preservar a vida selvagem

A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Risco (CITES, na sigla em inglês) pediu neste sábado mais recursos para preservar a vida selvagem, no início de uma reunião em Doha que examinará o destino de espécies ameaçadas, como o atum vermelho do Mediterrâneo.

Reunida até 25 de março, a conferência da CITES, que regulamenta ou proíbe o comércio de 34.000 espécies da fauna e da flora selvagem desde 1975, estudará 42 propostas de inscrição ou reforço das normas comerciais. A CITES pretende regulamentar o comércio de espécies selvagens, fonte de recursos para as comunidades locais, sobretudo quando o excesso de exploração ameaça a sobrevivência. Para executar a missão, a convenção – que dispõe apenas de cinco milhões de dólares por ano – pede agora um aumento significativo do orçamento. “Sem financiamento adequado, a CITES corre o risco de esquecer espécies muito importantes”, afirmou o secretário-geral da convenção, Willem Wijnstekers.

A CITES almeja um aumento de 30% do orçamento. Em Doha, o destino do atum vermelho, vítima do sucesso mundial do sushi, e cujo comércio movimenta bilhões de dólares, será um dos temas centrais da conferência. Uma das propostas, apresentada pelo principado de Mónaco, sugere incluir este grande predador marinho no Anexo I da Cites.

Se for aprovada, as exportações e importações de atum vermelho (Thunnus thynnus) seriam totalmente proibidas até que se verifique uma recuperação de suas populações. Estados Unidos e União Europeia (cujos países às margens do Mediterrâneo asseguram a metade da pesca) sustentam sua inserção no Anexo I da Convenção, que proíbe todo e qualquer comércio internacional. A Noruega, da mesma forma, anunciou seu apoio, neste sábado, à proposta monegasca. Para a CITES, segundo seu secretário-geral, “a espécie cumpre os critérios para inscrição no Anexo I”.

Esta avaliação, reforçou, foi confirmada pela FAO (Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e pelo comitê científico da Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT), da qual depende a pesca no Mediterrâneo. “Não há dúvida de que o atum vermelho está em crise”, reforçou Achim Steiner, director do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Mas o Japão, que consome 80% dos atuns vermelhos pescados no mundo, quer combater a perspectiva de uma proibição do comércio internacional, argumentando que o atum vermelho não está ameaçado de extinção, mesmo diante do fato de que suas reservas caíram dois terços em menos de meio século.

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