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Cidade dos EUA dá prazo para fim de acampamento de protesto

Centenas de manifestantes anticapitalistas receberam ordens da prefeitura de Portland, nos Estados Unidos, para abandonarem os seus acampamentos na cidade até a madrugada de domingo, o que pode levar a uma situação de impasse. O grupo intitulado Ocupe Portland está acampado há seis semanas em dois parques do centro da cidade, como parte da onda nacional de protestos iniciada em Nova York, o chamado Ocupe Wall Street.

O município de Portland, na costa oeste dos EUA, deu prazo até 0h01 de domingo (hora local) para a desocupação, alegando razões de saneamento e segurança. “A criminalidade, especialmente as notificações de agressões, aumentou na área em torno dos acampamentos”, disse em entrevista coletiva o mayor de Portland, Sam Adams, juntando-se a outros prefeitos norte-americanos que perderam a paciência com os acampamentos. Adams citou também “duas seriíssimas overdoses por drogas” para motivar a sua decisão, e disse que o movimento “perdeu o controle dos acampamentos que criou”. Ele não quis discutir detalhes do planeiamento para a retirada dos manifestantes, estimados em 500 a 800, mas disse que as autoridades estarão preparadas para “qualquer eventualidade razoável”.

Noutras cidades onde a polícia tentou dissolver os acampamentos houve protestos. A situação é mais tensa em Oakland, no Estado da Califórnia, onde um manifestante ficou gravemente ferido, alguns estabelecimentos comerciais foram vandalizados, e o porto chegou a ser fechado. Na noite de quinta-feira, um homem foi baleado e morto perto do acampamento do Ocupe Oakland, levando as autoridades a reiterarem seu pedido para que os manifestantes se dispersem.

Um porta-voz do movimento negou que o homicídio tivesse relação com o protesto. A polícia disse estar a investigar o caso. Organizadores do protesto disseram que o assassinato é um exemplo da violência corriqueira na cidade, e que a prefeitura contribuiu com isso ao apagar as luzes nos arredores da praça nas duas últimas noites, criando uma sensação de insegurança. Em Burlington (Vermont), a polícia disse que um homem de 35 anos matou-se com um tiro num acampamento em um parque no centro da cidade. Em seguida, as autoridades proibiram que manifestantes acampem no local, alegando razões de segurança.

Na Carolina do Sul, cerca de 30 manifestantes impediram a pré-candidata presidencial republicana Michele Bachmann de fazer um discurso sobre política externa a bordo do USS Yorktown, um porta-aviões da Segunda Guerra Mundial. O grupo acusou a deputada de “dividir os norte-americanos”.

Em Berkeley, na Califórnia, reduto do ativismo estudantil na década de 1960, a polícia disse já ter libertado 37 das 39 pessoas detidas na quarta-feira na universidade local, onde uma tentativa de montagem de acampamento foi coibida. Também na quinta-feira, manifestantes disseram que pretendem “ocupar” pacificamente em 2 de janeiro o tradicional Desfile das Rosas, em Pasadena (Califórnia), um evento de ano-novo realizado desde 1890 e transmitido por várias redes de TV.

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