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Chuvas no RJ matam 665 e sistema de alerta levará 4 anos

As chuvas que provocaram uma das maiores tragédias da história do Brasil na semana passada já deixaram 665 mortos na região serrana do Rio de Janeiro, mas ainda há vítimas soterradas e áreas inacessíveis, segundo autoridades locais. Deslizamentos de terra e soterramentos provocados pelas fortes chuvas que caíram sobre a região serrana entre terça e quarta-feira da semana passada já mataram pelo menos 312 pessoas em Nova Friburgo, 276 em Teresópolis; 58 em Petrópolis e 19 em Sumidouro.

Várias pessoas ainda estão desaparecidas e as equipes de resgate, formadas por membros do Corpo de Bombeiros, das Forças Armadas e da Defesa Civil, ainda tentam tirar vítimas dos escombros. “Com certeza ainda há muita gente soterrada. Junto com a chuva veio muita lama, lixo, vegetação e água. Há locais irreconhecíveis. Se perdeu tudo”, afirmou o secretário de governo da cidade de Teresópolis, Rogério Lippe.

“Pela frente temos um trabalho de muito, mas muito longo prazo. Famílias perderam tudo ou foram totalmente dizimadas. Não tem nem como reivindicar um parente sumido porque não sobrou ninguém.”

Pelo menos 10 estradas estão total ou parcialmente interditadas e existem algumas áreas onde as equipes de salvamento ainda não conseguiram chegar. As chuvas também deixaram milhares de desabrigados e desalojados e algumas áreas estão sem água, luz e telefone. Após a tragédia, o governo federal anunciou nesta segunda-feira a implantação de um sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais, que deverá estar em funcionamento em até quatro anos.

“AVALANCHE TROPICAL”

O governador Sérgio Cabral disse que vai disponibilizar 30 milhões de reais para as áreas afetadas e pediu ao governo federal mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida para priorizar moradores de áreas de risco. “Recursos não são problema. Neste momento temos duas tarefas fundamentais: resgatar os corpos e dar dignidade aos vivos”, disse ele a jornalistas. “Ainda há corpos soterrados e pessoas desaparecidas. Não será um trabalho fácil nem rápido, mas vamos enfrentar”, disse o governador que classificou o desastre de “avalanche tropical”.

Estimativas das prefeituras locais apontam que a reconstrução vai custar cerca de 2 bilhões de reais e levará ao menos dois anos. Cabral pediu, ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que as novas unidades do Minha Casa, Minha Vida no Estado tenham como destino prioritário às famílias que moram em áreas de risco, como algumas que morreram no temporal na região serrana. “O prefeito Eduardo Paes e eu pedimos que o programa Minha Casa, Minha Vida nas cidades afetadas tenha uma vinculação direta com as moradias em áreas de risco”, disse Cabral.

“Hoje, 50 por cento do cadastro é feito pelo município, e 50 por cento dos beneficiados vêm através de sorteio. Ele (Paes) sugeriu que nas áreas de risco sejam 100 por cento”, acrescentou o governador.

À noite, voltou a chover em Nova Friburgo nesta segunda. Nos próximos dias, de acordo com previsão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é alta a probabilidade de chover em Nova Friburgo e Teresópolis, as duas cidades mais afetadas pela tragédia.

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