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Chókwè perdeu mais de seis mil toneladas de arroz

Os agricultores de Chókwè, província de Gaza, Sul de Moçambique, perderam acima de seis mil toneladas de arroz no ano passado devido a insuficiência de auto-combinadas para a colheita deste produto em tempo útil. Os agricultores haviam cultivado uma área de seis mil hectares do Regadio de Chókwè, onde esperavam entre quatro a cinco toneladas de arroz por hectare, mas as máquinas tardaram chegar aos locais da colheita.

Esta situação foi exacerbada pelo início da época chuvosa e pelo surgimento de uma praga de pardais que começaram a atacar a produção. “No ano passado, perdemos acima de uma tonelada por hectare. Esperávamos fazer 4-5 toneladas, mas andamos na ordem dos 3,3 toneladas”, disse Daniel Dimas, da associação dos agricultores de Chókwè, falando semana passada a AIM.

No âmbito do plano de produção de alimentos, instrumento que operacionaliza a Estratégia Nacional de Revolução Verde, Moçambique prevê reduzir, para metade, a dependência pelas importações de arroz, isto até ao próximo ano. É na sequência desta aposta que, dentre várias acções, o Governo relançou a cultura de arroz em Chókwè, distrito já alguma vez no passado considerado “Celeiro da Nação”.

Mais de dois mil agricultores, entre pequenos e grandes, apostaram nessa cultura em diversos pontos dos cerca de seis mil hectares ora explorados no Regadio de Chókwè, que conta com uma capacidade total de 33 mil hectares. Ano passado, primeiro ano da colheita após o relançamento do desafio, esses agricultores conseguiram grandes sucessos, mas a sua produção ficou perdida por causa das razões acima indicadas. Até ao início da colheita, eles só tinham oito auto-combinadas, das mais de 20 necessárias para levar a cabo um trabalho daquela envergadura.

Mais tarde, o Ministério da Agricultura adquiriu mais três máquinas, mas o número continuava abaixo das necessidades. Agora, o distrito possui 20 auto-combinadas. Em entrevista a AIM, Dimas disse que a maioria dos grandes agricultores associados teve problemas com a banca por causa do fracasso dos resultados da colheita. “Mesmo assim, estamos a trabalhar”, disse Dimas, adiantado que o grupo está agora a explorar uma área de sete hectares e espera o apoio do Governo na criação de melhores condições de produção na presente campanha agrícola.

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