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Chitas Regressam ao Parque Nacional da Gorongosa

Os novos hóspedes, acabados de chegar ao Parque Nacional da Gorongosa (PNG), na província de Sofala, são provenientes da vizinha África do Sul, um dos locais que tem vindo a contribuir para reforçar o rápido crescimento animal na Gorongosa. Recorde-se que o PNG já recebeu búfalos, bois-cavalos (gnus), elefantes e hipopótamos todos transladados de áreas de conservação da África do Sul ou do Parque Nacional do Limpopo.

Depois de um longo período de negociações entre as autoridades do PNG e a ONG “Modgaji Conservation and Rehabilitation Projects”, entidade que trabalha em estreita ligação com o governo da Cidade de Cabo, na África do Sul, Carlos Lopes Pereira (Director de Conservação e médico-veterinário do PNG) assumiu a gestão do processo de transladação dos quatro felinos que farão dos tandos da Gorongosa uma autêntica pista para os animais mais velozes da selva.

A operação de transporte concretizou- se com a chegada por via aérea das quatro chitas tendo os trabalhadores do PNG e os turistas presentes na pista de aterragem do Acampamento de Safaris de Chitengo tido a oportunidade única de observar a forma cuidada e profissional como uma equipa de apaixonados pela fauna bravia desceu as chitas, ainda entorpecidas, do avião e as depositou nos jipes do PNG, que rapidamente as transportaram para o seu local de quarentena (conhecido por “boma”, um recinto vedado especialmente construído e adaptado para as chitas por uma dedicada equipa de trabalhadores do PNG).

Will van Duyn, responsável pela “Modgaji”, instituição que ofereceu as chitas ao PNG, prestou-nos as seguintes declarações: “Estou ligado à conservação há mais de 20 anos. Conservamos as chitas e lutamos para que estes animais regressem à liberdade na selva. Adoro trabalhar com animais, embora a nossa experiência em conservação nos ensine que em matéria de transladação de animais existem sucessos assim como retrocessos, sobretudo por trabalharmos com animais selvagens. Nunca é uma operação fácil… Gosto da conservação e gosto de animais porque estou consciente de que é a melhor coisa a fazer. Na minha opinião, libertar animais de volta para a selva é melhor opção. Mantê-los presos em gaiolas é péssima atitude…”

“Assim que regressarmos para a África do Sul, iremos envidar mais esforços para trazermos mais chitas para o Parque Nacional da Gorongosa. Estas quatro chitas constituem apenas o primeiro grupo que abriu as portas para muitas chitas na Gorongosa…” argumentou Will van Duyn, cuja instituição para alem de oferecer as quatro chitas, promete trazer mais destes animais para o Parque Nacional da Gorongosa. Esta operação foi possível graças a um conjunto de boas vontades, que incluíram um piloto dos famosos “Bateleurs” (pilotos ambientalistas que servem a causa da conservação de forma gratuita), um veterinário e dois assistentes (todos provenientes da África do Sul) que acompanharam as chitas durante toda a viagem.

Os custos envolvidos foram suportados pelo filantropo Allan Friedland, que nos disse o seguinte: “Andei por muitas áreas de conservação na África do Sul. Não gostei do que tenho visto. Os animais são tratados como se fossem um instrumento ou uma bicicleta que quando avaria se deita fora. Eu creio que os animais merecem todo o respeito e bom trato. Merecem levar uma vida livre e não encurralada. Sempre vivi com essa dor de ver animais apenas instrumentalizados. Quando ouvi que o Will tencionava devolver alguns animais à liberdade em plena selva, decidi contribuir para esta causa justa de animais contribuindo com dinheiro.”

Uma vez instaladas no local de quarentena, detectou-se que uma das chitas não sobreviveu à complexa operação de transporte devido a um incidente ocorrido durante a imobilização do animal ainda em solo Sul-africano. Will van Duyn, confirmou o facto e afirmou que: “Pautar por fazer o que nós fazemos e que é dar a liberdade aos animais que dela necessitam acarreta riscos. Por isso, digo que a nossa operação foi um sucesso pois temos três chitas vivas. Doeu o coração perder a quarta chita na operação mas se tivéssemos que deixar de poder devolver estas chitas para a selva seria ainda pior. De qualquer das formas, esta operação abriu um grande espaço e mais chitas serão transladadas para a Gorongosa”.

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