A China surpreendeu ao libertar cinco mulheres activistas sob fiança, disseram dois advogados nesta segunda-feira, na esteira de uma campanha contra a detenção realizada por defensores de direitos humanos ocidentais e chineses.
As activistas foram postas sob custódia no final de semana de 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e detidas por suspeita de “comprar brigas e causar problemas”. Elas planeavam fazer uma manifestação contra o assédio sexual no transporte público.
O seu caso revoltou uma parcela da sociedade chinesa. Dezenas de estudantes e trabalhadores assinaram petições e portaram cartazes pedindo a sua libertação. O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, também clamaram pela sua soltura, levando o Ministério das Relações Exteriores chinês a emitir uma queixa formal contra Washington. A União Europeia também expressou preocupação com o caso.
Now Wei Tingting, de 26 anos, Wang Man, de 32, Zheng Churan, de 25, Li Tingting, de 25,e Wu Rongrong, de 30 anos, foram soltas sob fiança, informaram Liang Xiaojun e Wang Qiushi, dois advogados envolvidos na questão, à Reuters, citando relatos de familiares.
A polícia não respondeu de imediato a um pedido por escrito de comentário.
O governo do presidente chinês, Xi Jinping, deteve centenas de activistas nos últimos dois anos, o que alguns grupos de direitos humanos afirmam ser a pior repressão à dissidência em duas décadas.