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Cheias no rio Zambeze isolam distritos do Zumbo e Mutarara

Pelo menos dois distritos da província de Tete encontram-se isolados em consequência das cheias do rio Zambeze, depois de as suas águas terem interrompido a circulação rodoviária nas estradas que ligam Mutarara e Zumbo.

Este facto ocorre numa altura em que em Sofala as inundações prevalecem e tornam-se preocupantes, porque, além do Zambeze, que também banha regiões desta provincia, os níveis do Búzi, Púnguè, Metuchira e Muda O “Diário de Moçambique” apurou que a via que leva a Zumbo está cortada à entrada da vila sede (Zumbo), não se sabendo com exactidão o local da interrupção para Mutarara.

Contudo, a susceptibilidade da invasão do Zambeze nesta rodovia ocorre na zona baixa em vias de norma, onde inunda os aflluentes atravessados pela estrada que fica intransitável. De acordo com dados obtidos na ARA-Zambeze, o rio Zambeze atingiu e ultrapassou os níveis de alerta em Caia e Marromeu na província de Sofala, com 5,1 e 5,08 metros respectivamente, enquanto na cidade de Tete a profundidade é de quatro metros, a um de alerta. Não há comunicação com o distrito de Mutarara para a obtenção dos respectivos dados, mas se suspeita que haja também problemas.

DESCARGAS NA ZÂMBIA

A situação tende a se agravar como resultado das descargas provenientes dos principais afluentes, nomeadamente o Aruângua, na Zâmbia, que tem registado uma subida constante, apesar de algumas oscilações. Na sexta-feira passada a água transbordou do leito em diversas zonas, com destaque para a cidade de Luwangua, onde a estrada apresentava-se com sérias dificuldades de acesso, recorrendo-se a vias alternativas.

Há também embaraços em Nhavunduca. Naquele curso de água zambiano, que desagua no Zambeze, na vila tetense de Zumbo, não existe um sistema de medições, esperando que seja instalado equipamento da Comunidade de Desenvolimento da África Austral (SADC), pelo que não existe o nível de alerta. “O rio Aruângua é irregular, podendo encher em poucas horas, o que pode influenciar a situação”, alertou a directora da ARA-Zambeze, Amélia Machava.

O Rovubuè ultrapassou o nível de alerta, estando com 4,20 metros, seguindo-se o Luenha, o que depois de alcançar dez metros encontra-se nos 9,74 e o Chirre tem 7,5 metros. A maior preocupação para a subida do Zambeze vem do distrito de Marávia, pois choveu muito em Fíngoè, registando-se 110 centímetros de precipitação. Em contrapartida, na zona do Planalto, Angónia, Tsangano e Megaza houve abrandamento das chuvas.

Enquanto isto, uma indeterminada área está inundada, incluindo naturalmente as machambas das populações, obrigadas a recorrer a zonas baixas devido à falta de chuvas na primeira época da campanha agrícola em curso. A fonte alerta para a retirada das populações das zonas de risco, porque a qualquer momento a situação pode se tornar grave.

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