Um homem de 63 anos de idade, identificado pelo nome de Paulo Tomo José, foi assassinado a tiro na sua própria casa, madrugada de terça-feira (19), na localidade de Muzuankungune, posto administrativo de Vundúzi, distrito de Gorongosa, província de Sofala, por quatro presumidos homens armados do partido Renamo, depois de ter sido ameaçado com a sua família.
Lurdes Candeeiro, esposa da vítima, que presenciou o crime, contou que o marido foi alvejado mortalmente por três tiros. Os alegados guerrilheiros do antigo movimento beligerante em Moçambique disseram, durante as ameaças, que o partido Renamo não ganha as eleições naquela circunscrição geográfica por culpa do malogrado, pelo que o fim da falta de sucesso deste partido era matá-lo, informou a Rádio Moçambique.
Eugénio Almeida, chefe de Muzuakungune, a cerca 140 quilómetros da vila sede de Gorongosa, narrou que desde o ano passado havia um desentendimento entre os homens da “Perdiz” e a vítima.
A família de Paulo José vivia em constante pânico em virtude das ameaças proferidas por tais guerrilheiros, que também acusavam-no de impedir o içamento da bandeira da Renamo, disse a estação pública.
Enquanto isso, o país continua em tensão político-militar e, pese embora o Governo já tenha sido constituído, o partido Renamo não reconhece os resultados das últimas eleições gerais, pretensamente porque foi roubado votos. O diálogo político entre o Governo e a Renamo com vista a um possível fim do clima de incerteza em que a nação está mergulhada também fracassou e até ao momento as partes trocam acusações através da imprensa.
Por sua vez, o líder na Renamo, Afonso Dhlakama, diz que está cansado de ser trapaceado pelo regime da Frelimo. Por isso, a partir de Março vai forçosamente administrar as províncias onde reclama vitória, e ninguém vai impedi-lo.