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Chefe do exército da RD Congo ‘liderou violações em massa’

Um comandante do exército no leste da Republica Democrática do Congo está a ser acusado de liderar a recente onda de violações em massa de pelo menos 50 mulheres. Uma das vítimas e uma fonte citada por um relatório da Organização das Nações Unidas, ONU, acusam o tenente-coronel Kibibi Mutware de estar ligado às violações do dia de Ano Novo, na localidade de Fizi.

No conflito da Republica Democrática do Congo têm ocorrido vários casos de violações em massa, mas acredita-se que este caso seja o incidente mais grave envolvendo o exército. O tenente-coronel Kibibi nega todas as acusações. Ele disse que os soldados que atacaram a localidade desobedeceram às suas ordens.

A partir de uma briga entre dois homens por causa de uma mulher, a violência transformou-se numa expedição punitiva de soldados governamentais contra a população de Fizi.

‘Envergonhada’

“Um soldado foi morto aqui mesmo ao lado do hospital”, explicou o Dr Faise Chacha, chefe do hospital de Fizi. “Isso criou pânico e os doentes fugiram. Regressámos na manhã seguinte e começámos a tratar das pessoas que tinham sido esfaqueadas e as mulheres que foram violadas.” O Dr. Chacha e organização Médicos Sem Fronteiras já trataram 51 vítimas de violação, mas eles esperam receber mais doentes, uma vez que as mulheres que fugiram começam a regressar gradualmente a casa.

Como aconteceu em casos de violações anteriores na RD Congo, espera-se que muitas vítimas mantenham segredo sobre o que se passou, com receios de serem abandonadas pelos seus maridos e família. Duas delas aceitaram falar em condição de anonimato, depois dos médicos terem dito à BBC que elas tinham sido violadas. “Eu fui violada em frente aos meus quatro filhos”, disse uma das vítimas à BBC. “Estou envergonhada, muito envergonhada. Se me encontro com duas ou mais pessoas a conversarem, penso logo que estão a falar de mim, do meu caso.”

A outra vitima foi capaz de identificar os homens que a atacaram. Para a Representante Especial da ONU para a Violência Sexual em Situações de Conflito, Margot Wallstrom, estes episódios provam que as violações na RDC continuam: “Enquanto se registarem incidentes como este, incluíndo violações em massa, não podemos descansar. Temos de continuar a lutar contra este mal que é a violência sexual em conflitos”, disse.

“Já assistimos a isto no passado, por vários grupos armados, e agora por soldados do exército nacional. Desta vez posso dizer que foram tomadas medidas rápidas pela MONUSCO, estabelecendo uma base operacional no local e enviando investigadores, e o governo também agiu com muita rapidez”, afirmou a representante da ONU.

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