O presidente venezuelano, Hugo Chávez, que luta em Cuba para recuperar-se da sua última cirurgia contra um cancro, está a sair de um complexo processo pós-operatório e a ganhar força para uma nova fase do seu tratamento, disse, este Domingo, o vice-presidente do país, Nicolás Maduro.
Designado por Chávez como seu eventual herdeiro político, Maduro disse que o presidente está a ser informado sobre o que acontece na Venezuela e que está de bom humor, mas alertou que os detalhes sobre a sua saúde serão divulgados através dos meios oficiais.
“Nós sempre somos optimistas de que mais cedo do que mais tarde teremos o presidente aqui connosco”, disse Maduro em entrevista à emissora Televén, garantindo que o ânimo de Chávez é “o da vitória”.
Chávez, que durante a maior parte dos seus 14 anos no poder manteve uma presença constante diante dos venezuelanos, não é visto em público desde que foi operado a 11 de Dezembro em Cuba, na quarta cirurgia desde que teve detectado um tumor na região pélvica há um ano e meio.
Embora o seu estado de saúde esteja a melhorar, de acordo com o governo, os seus funcionários reconheceram que Chávez sofreu várias complicações depois da cirurgia de Dezembro.
“Chávez está a sair desta primeira etapa tão complexa e difícil, que nos levou a ciclos bastante angustiantes. Mas sempre dissemos a verdade ao povo, ele está a estabilizar-se em todas as áreas, o funcionamento dos seus órgãos, tem plena consciência e está com cada vez mais força vital para entrar na segunda fase, que será anunciada pelos meios oficiais”, disse Maduro.
Os aliados do presidente venezuelano asseguram que Chávez continua a dar as ordens a partir da cama do hospital em que está, mas os líderes da oposição elevam cada vez mais o tom das críticas contra o que classificam de paralisia política, gerada pela renúncia por parte dos altos funcionários em tomar decisões na ausência do presidente.
Se Chávez tiver que deixar o poder ou morrer, novas eleições devem ser convocadas em 30 dias e Maduro seria o candidato do chavismo.