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Cerca de 75 mil mulheres podem estar a sofrer de fístula obstétrica

Aproximadamente 75 mil mulheres, em Moçambique, podem estar a sofrer de problemas de fístula obstétrico, segundo Igor Vaz, cirurgião do Hospital Central de Maputo (HCM), que falava no âmbito do encontro internacional sobre a matéria que decorre na capital do país.

Fístula obstétrica é uma anomalia que consiste numa lesão que as mulheres podem contrair durante o período da gravidez e no parto quando não assistidas por um profissional de saúde. Por exemplo, há mulheres que quando chega a altura do parto, ficam cerca de cinco dias com o bebé retido, facto que provoca complicações que vão até à perca de alguns tecidos, o que degenera em problemas de fístula obstétrico. As consequências disso podem ser a libertação constante, sem controlo, da urina e noutros casos, de fezes.

Segundo o jornal Diário de Moçambique, muitas mulheres que padecem dessa doença, acabam sendo discriminadas na sociedade. “Em Moçambique, em cada 100 mil partos, três a quatro mulheres têm tido estes problemas”, referiu. Segundo a fonte, tem sido causa de fístula obstétrica o parto prolongado, a falta de consultas pré-natais e partos extras institucionais, sem acompanhamento de pessoal de saúde.

Perto de 40 por cento dos partos ocorre fora do hospital em Moçambique e sem consultas pré-natais. Entre as muitas causas físicas já descritas responsáveis por esta patologia incluem-se, também lesões cirúrgicas acidentais relacionadas com a gravidez e operações invasivas para induzir o aborto. Muitas destas causas ocorrem, quer no contexto do próprio sistema nacional de saúde, pela insuficiente cobertura da rede de assistência institucional e fraca preparação dos seus técnicos, bem como à margem do sistema nacional de saúde devido à existência de atitudes prejudiciais à assistência ao parto e à grávida. Estes factores agravam-se nas zonas rurais dos países em vias de desenvolvimento entre os quais Moçambique.

Contudo, o Diário de Moçambique cita o cirurgião, que refere que 95 por cento dos casos têm sido tratados com sucesso e apenas uma pequena faixa é que não tem tido cura. Aliás, outro problema é a existência de muitas mulheres com esta anomalia, mas que não sabem de que é uma doença e que tem tratamento. De acordo com a fonte, para reduzir este tipo de casos, o Ministério da Saúde está a desenvolver um trabalho com organizações não governamentais (ONG) e líderes comunitários para divulgarem junto das comunidades, usando, algumas vezes, rádios sobre o tratamento da fístula obstétrica.

 

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