O Ministro moçambicano da Saúde, Alexandre Manguele, disse que apesar dos avanços verificados no acesso aos cuidados de saúde à mulher e à criança, morrem diariamente cerca de 11 mulheres por causas e/ou complicações da gravidez e parto tais como a hemorragia pós-parto, a ruptura uterina, a sépsis puerperal, as complicações pós-aborto e a eclâmpsia.
As mortes, segundo o titular da pasta da saúde, podem ser evitadas se os cuidados obstétricos de emergência estivessem disponíveis para todas as mulheres.
Manguele falava, Segunda-feira, na abertura da Reunião Nacional de Saúde Materno Infantil e Saúde Escolar, que junta, em Maputo, quadros do pelouro e parceiros de cooperação com vista a contribuir para a melhoria da acessibilidade, disponibilidade, qualidade e humanização dos serviços de saúde reprodutiva, materna, neo-natal e infantil.
A redução pode ser feita através da discussão sobre a implementação de políticas, estratégias e intervenções para reduzir a morbilidade e mortalidade materna, neo-natal infantil.
“Acreditamos que é possível acelerar o acesso aos cuidados de saúde de qualidade para as mulheres, recém nascidos e crianças, incluindo as em idade escolar em Moçambique”, disse o ministro.
Segundo a fonte, a disponibilidade de bens e produtos como medicamentos, equipamentos, consumíveis, testes de diagnóstico é outro factor determinante para a garantia da qualidade dos cuidados de saúde.
O Ministro disse que o sector da saúde tem vindo a aprovar e implementar estratégias com vista a reduzir a taxa de mortalidade materna, perinatal e infantil, com destaque para a Política Nacional de Saúde Reprodutiva, a Estratégia Nacional de Saúde Infantil, o Roteiro para a Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, a Estratégia de Prevenção e Controlo da malária entre outras iniciativas.
“Os exercícios dos Inquéritos Demográfico e de Saúde realizados em 1997 e 2003, em Moçambique, revelam uma redução no rácio da mortalidade materna que passou de 692 mortes maternas para 408 mortes maternas por 100 mil nascimentos vivos”, explicou o ministro.
Muito mais encorajador ainda, segundo o titular da pasta da saúde, é a redução consistente da taxa de mortalidade infantil de 47 para 124 mortes de crianças menores de um ano por mil nados vivos em ambos os exercícios de inquérito e para 96 mortes por mil nascimentos vivos em 2008, demonstrado pelo Inquérito sobre Indicadores Múltiplos.
Durante os cinco dias do encontro, os participantes vão estudar como melhorar a integração dos cuidados prestados na componente de saúde reprodutiva, com a infra-estrutura e o pessoal limitado que o país tem; como aumentar a cobertura dos partos institucionais, melhorando a utilização e a eficiência das casas de espera junto das unidades sanitárias.
Moçambique, representado pela Primeira-Dama, Maria da Luz Guebuza, participou recentemente na Reunião de Revisão Final da Visão 2010, iniciativa que congrega as primeiras-damas de países da África Ocidental e Central para discutir os avanços feitos pelos países meses.
O país foi convidado a partilhar a sua experiência em reconhecimento dos progressos que tem estado a lograr na luta contra a mortalidade materna e neonatal.