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Zambézia falha metas de vacinação contra a bilharziose

A província central da Zambézia não conseguiu alcançar as metas na recente campanha de vacinação contra a bilharziose, com a cidade de Quelimane a registar uma cobertura ainda inferior a 15 por cento.

O Ministro moçambicano da Saúde, Alexandre Manguele, disse, Segunda-feira, em Maputo, na abertura da Reunião Nacional de Saúde Materno Infantil e Saúde Escolar, que a campanha não correu bem naquela província central do país e pediu a melhoria do canal de diálogo para uma melhor concretização dos objectivos planificados.

A médica chefe provincial, Joana Nachaque, que participa no encontro de cinco dias, em Maputo, explicou que o não cumprimento das metas na campanha de vacinação contra a bilharziose, havida na semana de 23 a 30 de Setembro último, falhou nos distritos de Nicoadala, Quelimane e Morrumbala.

A falha deveu-se essencialmente as reacções atípicas a administração do medicamento, caracterizada por vómitos e náuseas, na maioria das pessoas do grupo alvo, cuja idade varia dos cinco aos 15 anos.

Assim, uma outra fase compensatória será levada a efeito durante esta semana para cobrir o universo previamente estabelecido, e, na cidade de Quelimane, capital provincial, pretendese que venha a atingir os 80 por cento, devendo em Nicoadala aumentar para os 75 por cento contra os actuais 50 por cento.

Os casos, segundo Nachaque, forçaram a interrupção da administração do medicamento no grupo alvo para intensificar a comunicação com os pais e encarregados de educação que se assustaram com a ocorrência dos casos.

“Na cidade de Quelimane, tivemos episódios de reacção aos medicamentos que assustaram, de certa maneira, aos pais e as crianças, gerando problemas na administração dos medicamentos”, explicou a fonte.

Perante a realidade, as autoridades sanitárias não desistiram da campanha, dado o seu benefício para o futuro da saúde do grupo alvo, uma vez que a bilharziose surge na fase jovem e adulta, mas sim interrompida para reforçar-se a mobilização.

Na mobilização, o sector da saúde informou e sensibilizou aos pais que os efeitos colaterais podem ser atenuados com a toma de algum alimento antes da medicação e foi assim que os pais garantiram que os filhos tomassem um alimento antes da administração do medicamento nas escolas, locais eleitos para levar a cabo o exercício, por ser onde é fácil encontrar o grupo alvo.

Nachaque, que não avançou quaisquer dados em relação ao número de episódios, disse contudo que todos os casos reportados mereceram a devida atenção e as unidades sanitárias estiveram sempre preparadas para responder.

Aliás, as equipas que trabalharam no processo tiveram a orientação no sentido de controlar as crianças depois de administrar o medicamento.

Os distritos de Chinde, Inhanssunje, Namarroi e Mopeia, que em 2009 tiveram uma experiência de género, não tiveram, na recente campanha, problemas deste fórum e registaram uma cobertura superior a 90 por cento em cada um deles.

A bilharziose é uma doença muito frequente em Moçambique, existindo algumas regiões onde é muito endémica. No país existem dois tipos de bilharziose, uma que ataca o aparelho urinário (a parte do corpo que produz urina), conhecida por bilharziose urinária ou vesical, e outra que ataca os intestinos (tripas), sendo conhecida por bilharziose intestinal.

A doença enfraquece a pessoa e pode levar a graves complicações, como esterilidade (ter problemas para gerar filhos, doença do fígado provocando hemorragias graves com vómitos de sangue, cancro da bexiga, que não tem cura, e mesmo a morte.

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