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Catherine Ashton defende uma União Europeia mais participante

A nova chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, defendeu esta segunda-feira uma UE com um maior papel no mundo, mas manteve-se vaga em relação a suas intenções sobre os grandes temas da atualidade, por ocasião da “grande sabatina” à que foi submetida pelos deputados europeus. “Estou convencida de que há um apelo – na UE e no mundo – por um maior compromisso europeu na promoção da paz, na proteção das pessoas mais vulneráveis, no combate à pobreza, atacando os numerosos problemas de nosso tempo”, disse Ashton, que respondeu durante três horas a perguntas dos eleitos, que devem confirmar o nome dela.

É preciso nos assegurar de que quando a UE fala, sua voz “seja ouvida”, declarou Ashton, que ocupa desde o dia 1º de dezembro o cargo de Alto Representante das Relações Exteriores da União, função com prerrogativas reforçadas em relação ao predecessor Javier Solana, e criada pelo Tratado de Lisboa. Além de insistir para que a UE “defenda seus valores e proteja seus interesses”, mostrou-se menos entusiasmada sobre assuntos mais ardentes como o Afeganistão ou a situação no Oriente Médio – o que levou alguns deputados, principalmente os ecologistas e os da esquerda comunista, a expressar abertamente sua decepção com a falta de “visão” de Ashton. Sobre o Irã e suas ambições nucleares, estimou que Teerã havia cometido “erros”.

“Se o país quer ser tratado como acredito que sua história, sua geografia e seu povo merecem, deve trabalhar do nosso lado”, disse. Ela rejeitou seu passado de militante pacifista antinuclear explicando que “o que era significativo nos anos 1970 não o é mais em 2010”. “Não sou mais membro da campanha pelo desarmamento nuclear (CND) há 28 ou 29 anos”, insistiu.

A baronesa trabalhista evitou também se pronunciar sobre a vontade demonstrada pelo presidente americano Barack Obama de conseguir a desnuclearização do mundo a longo prazo. Em revanche, exprimiu cepticismo sobre a criação de um quartel-general militar europeu em Bruxelas, ideia que a França apoia sem sucesso há alguns anos.

Muitos parlamentares receberam de surpresa sua escolha, em novembro, uma vez que ela não tem nenhuma experiência diplomática. Deputados contestam, além disso, que uma britânica, vinda de um país visceralmente “eurocéptico” e muito reticente em relação à defesa europeia comum, ocupe este posto. Se for confirmada, Catherine Ashton, nomeada por cinco anos, presidirá a reunião regular dos 27 ministros europeus das Relações Exteriores.

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