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Casos globais de cancro devem crescer 75% até 2030

O número de pessoas com cancro deve crescer mais de 75 por cento no mundo todo até 2030, num aumento provocado principalmente pela adopção de insalubres estilos de vida “ocidentalizados” em países pobres, apontou um estudo divulgado, esta Quinta-feira pela Agência Internacional para a Pesquisa do Cancro (AIPC), com sede em Lyon, ligada à Organização Mundial da Saúde.

Segundo os especialistas, a melhora na qualidade de vida dos países pobres nas próximas décadas terá como contrapartida um aumento nos casos de cancro associados a alterações na alimentação, sedentarismo e outros hábitos nocivos.

Os cancros de mama, próstata e colorretal devem ser os de maior aumento. “O cancro já é a principal causa de mortes em muitos países de alta renda e deve tornar-se uma grande causa de morbidade (doença) e mortalidade nas próximas décadas em todas as regiões do mundo”, disse Freddie Bray, da secção de informação sobre o cancro da AIPC.

Esse foi o primeiro estudo a examinar como as taxas actuais e futuras do cancro podem variar entre países ricos e pobres, conforme as medições definidas pelo índice de desenvolvimento humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os pesquisadores descobriram que os países mais subdesenvolvidos, principalmente da África Subsaariana, têm mais casos de cancro ligados a infecções, especialmente o cancro de colo do útero, mas também de fígado, estômago e sarcoma de Kaposi.

Já os países mais ricos, como Grã-Bretanha, Austrália, Rússia e Brasil, têm mais casos associados ao tabagismo, como o cancro de pulmão, à obesidade e à má alimentação.

Os pesquisadores disseram que a melhoria na qualidade de vida dos países menos desenvolvidos provavelmente levará a uma redução nos cancros relacionados a infecção, mas que provavelmente haverá um crescimento nos tipos hoje associados a nações mais ricas.

Eles previram que os países de renda média, como China, Índia e África do Sul, podem ter um aumento de 78 por cento nos casos de cancro até 2030.

Nos países menos desenvolvidos, o aumento no número de casos pode chegar a 93 por cento, mostrou o estudo publicado no jornal Lancet Oncology.

O estudo usou dados da Globocan, um banco de dados compilado pela AIPC com estimativas sobre a incidência e mortalidade decorrente do cancro em 2008 em 184 países.

Os pesquisadores definiram como os padrões dos tipos de cancro mais comuns variam segundo quatro níveis de desenvolvimento humano, e então usaram essas conclusões para projectar como o cancro deve afectar cada tipo de país nos próximos 18 anos.

Os sete tipos de cancro mais comuns no mundo são: pulmão, mama, colorretal, estômago, próstata, fígado e colo do útero.

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