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Carvão de Moçambique ao preço da chuva

Apontado pelo FMI e pela revista The Economist como um dos dez países do mundo com maior crescimento económico para a próxima década, Moçambique atravessa um boom devido, em parte, às impressionantes reservas de carvão da província de Tete. Mantêm-se, porém, as assimetrias e a dependência externa.

Desde que as condições atmosféricas se agravaram no sub-continente australiano, o preço do carvão subiu de 225 para 250 dólares por tonelada no espaço de um mês. Com as empresas mineiras a anunciarem que não serão capazes de cumprir as obrigações contratuais, o sector energético prevê que o preço atinja os 400 ou 500 dólares por tonelada.

Para Moçambique, poderão ser boas notícias. Dizem os analistas que as reservas de Tete são as mais valiosas desde que a Bacia de Bowen, na Austrália, começou a produção intensiva na década de 1960.

Por enquanto, estima- se que o sector de recursos minerais reverta apenas 2% para o Produto Interno Bruto. As perspectivas, porém, são que chegue aos 15%. “Conhecemos o potencial deste país. O litoral é bom para o transporte e o Governo é muito solícito”, diz Manjoj Gupta, director da mineira indiana JSPL Moçambique, que em finais do ano passado assegurou uma licença de 25 anos para produzir carvão na sua concessão do Songo.

Embora em 2010 a produção moçambicana tenha ficado aquém das previsões – as Minas de Moatize, operadas pela britânica Beacon Hill, produziram menos de metade das 48 mil toneladas projectadas – o ano corrente marca o início de produção dos gigantes Vale e Riversdale. A empresa brasileira espera produzir 850 mil toneladas de carvão até Dezembro de 2011, a maior parte do qual será escoado para a Índia.

Por sua vez, a Riversdale aponta para exportações na ordem dos dois milhões de toneladas em 2011, passando para cinco milhões em 2013. Analistas da indústria mineira citados pela agência financeira Bloomberg prevêem que Moçambique se torne, num espaço de 15 anos, o segundo maior produtor mundial de carvão metalúrgico, depois da Austrália. À espera estão os mercados asiáticos, em particular a China e a Índia

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