Um carro-bomba de grande porte explodiu, Terça-feira (9), num bairro de Beirute que é reduto do grupo xiita Hezbollah, deixando 53 feridos. O ministro da Saúde libanês, Hassan Khalil, disse à Reuters que não houve vítimas fatais, e que a condição dos feridos não é grave.
Não há indicações imediatas sobre a responsabilidade do atentado, o pior desse tipo em vários anos. As tensões sectárias no Líbano vêm se agravando desde que o Hezbollah passou a participar da guerra civil na vizinha Síria, apoiando as forças do presidente Bashar al Assad contra a rebelião liderada pela maioria sunita.
Os moradores do bairro xiita onde o atentado aconteceu atribuíram o ataque a apoiantes sunitas da insurgência contra Assad, e os políticos também apontaram motivações sectárias. “Isso é obra de agentes que tentam criar conflito no Líbano”, disse o deputado Ali Medad, do Hezbollah, presente no local do atentado.
O presidente Michel Suleiman disse que o atentado reabre as “páginas negras” da guerra civil libanesa (1975-90). O conflito na Síria já chegou ao Líbano, onde os eventuais surtos de violência reflectem a nova onda de tensão sectária que se espalha pelo Oriente Médio.
Os muçulmanos sunitas do Líbano apoiam maioritariamente os rebeldes sírios, ao passo que os xiitas estão ao lado de Assad, membro da seita minoritária alauíta, uma variação do islamismo xiita. Os grupos militantes sunitas haviam ameaçado atacar o Hezbollah por causa do seu envolvimento militar na Síria.
O Hezbollah não reagiu imediatamente ao atentado da Terça-feira, mas já havia deixado claro que pretende continuar a lutar ao lado das forças de Assad na Síria.
Um repórter da Reuters viu um grande incêndio no local da explosão, perto de um shopping center no bairro de Bir al Abed, onde vários dirigentes do Hezbollah vivem e trabalham. Não ficou claro se algum dos líderes do grupo estava nos arredores no momento da explosão.