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Caramaja- Naphome: O domingo das oportunidades

Caramaja- Naphome: O domingo das oportunidades

Foto de Cristóvão BolachaA sensivelmente 30 quilómetros da cidade de Nampula, situa-se o povoado de Caramaja-Naphome, no distrito de Rapale, e que realiza feiras dominicais. Os expositores são na sua maioria oriundos da cidade. Lá vende-se quase um pouco de tudo, por exemplo produtos alimentares, bebidas alcoólicas de fabrico caseiro e paus e bambus para diversos fins. Visitantes e nativos correm para o local com vista a efectuar as suas compras na região considerada “terra prometida” dos comerciantes, sobretudo para as mulheres, o que torna o primeiro dia da semana o de oportunidades para a compra de mercadorias a grosso.

A exposição de produtos nas zonas rurais tornou-se, de há tempos para cá, uma oportunidade para a aquisição de mercadorias a preços baixos para venda a retalho nas grandes zonas urbanas. Algumas pessoas saem da cidade para Caramaja-Naphome com o intuito de vender as suas mercadorias, com maior destaque para as bebidas alcoólicas a que nos referimos.

Na região em questão, as feiras dominicais são uma oportunidade de negócio, principalmente para as mulheres que se dedicam à produção do álcool porque o consumo é bastante acentuado. Logo nas primeiras horas do dia há mulheres ao longo da Estrada Nacional número um (EN1) à espera das carinhas de caixa aberta, vulgo “my love”, para ser transportadas com os seus baldes de álcool. Chegadas ao local, há alpendres preparados para, em fileiras, as senhoras comercializarem os seus produtos.

Debaixo do sol vêm-se viaturas que correm para o local no sentido de compram mercadorias para abastecer a cidade de Nampula. Alguns indivíduos preferem adquirir material de construção precária para revender na urbe, mas todos com o mesmo fim: obter lucro.

Foto de Cristóvão BolachaAos domingos, Fátima Vicente leva à feira um balde de 50 litros cheio de uma bebida álcool produzido em casa em base do farelo do milho, vulgarmente conhecido por cabanga. Ela é mãe de três filhos e luta para que os seus petizes não passem necessidade.

Ana João comercializa o mesmo produto em Caramaja-Naphome. Diferentemente de Vicente, ela falou mais das dificuldades para levar o produto ao mercado, devido aos preços praticados na zona, mormente por conta da subida da matéria-prima, com destaque para o açúcar castanho.

“Na cidade poucos consomem bebidas alcoólicas caseiras, daí que levar a Caramaja-Naphome é a única saída para vender quantidades significativas. Somos muitas mulheres provenientes da cidade, mas cada uma tenta a sorte da sua maneira”, referiu João.

Os consumidores sentem-se seguros ao ingerir as bebidas em alusão e acreditam que a sua preparação obedece atenciosamente as regras de higiene. Os transportadores exigem 30 meticais por cada pessoa e o preço da carga varia de acordo com o peso, podendo chegar a 200 meticais.

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