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Caracas terá corte de eletricidade para racionar energia

Caracas terá cortes diários no fornecimento de eletricidade, por períodos de até quatro horas, para racionar energia, anunciou o governo do presidente Hugo Chávez nesta terça-feira, diante de um colapso do sistema.

“Para a Grande Caracas foram definidos seis blocos, onde vamos aplicar racionamentos máximos de quatro horas”, explicou Javier Alvarado, presidente da estatal Electricidad de Caracas. O racionamento será aplicado por zonas, que estarão afetadas “uma vez a cada dois dias e em horários alternados, durante o dia e a noite”. O restante do país também sofrerá cortes no fornecimento de energia, nacionalizado em 2007. Alvarado destacou que o esforço exigido dos venezuelanos será acompanhado de uma mobilização equivalente por parte das instituições oficiais.

A princípio, os cortes seguirão até o próximo mês de maio, quando se espera o início da temporada de chuvas no país. Na Venezuela, quase 70% da eletricidade produzida vem da hidrelétrica de Guri, cujo nível caiu nove metros em relação ao volume normal, segundo as autoridades. O governo Chávez aplica um severo plano de racionamento de eletricidade, que tem por objetivo reduzir em 20% o atual nível de consumo.

Desde o dia 1º de janeiro, fábricas e centros comerciais estão submetidos a limites de consumo elétrico, que restringem, inclusive, o horário de funcionamento dos shoppings, sob a ameaça de corte de fornecimento e aumento de tarifas. A energia elétrica fornecida aos centros comerciais foi limitada ao horário entre as 11 da manhã e às 9 da noite. Além deste horário, os shoppings devem fechar ou gerar sua própria energia. Um decreto determina que estes estabelecimentos apliquem planos para poupar ao menos 20% em relação ao atual consumo, sob a supervisão do recém-criado ministério da Energia Elétrica, que tem poder para aplicar multas sobre o valor das contas e até para fechar estabelecimentos.

A princípio, o racionamento também atingia os centros de lazer, mas o governo decidiu suspender a medida. As fábricas de alumínio e aço, controladas pelo Estado, suspenderam parte da produção para reduzir o consumo. A demanda de eletricidade na Venezuela supera os 16.500 megawatts, muito além da atual capacidade de geração. Segundo os analistas, o setor elétrico exigirá investimentos de 18 bilhões de dólares até 2014.

Em um país cujo principal produto é o petróleo, fonte na produção de energia, o atual racionamento na Venezuela é um verdadeiro paradoxo.

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