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Camponeses Namilato ligados ao “mercado justo”

A União dos Produtores de Castanha de Caju de Namilato, no distrito de Muecate, estarão ligados, em breve, ao “mercado justo”, um movimento de comércio internacional, que tem, por objectivo, o estabelecimento de preços justos bem como padrões sociais e ambientais equilibrados na cadeia produtiva, em virtude dos preços extremamente baixos pagos aos camponeses na venda dos seus excedentes.

Wamphula Fax esteve, há dias, em Namilato e soube dos próprios camponeses que uma equipa de auditoria internacional daquele movimento, com sede na Alemanha, esteve, recentemente, naquela região para avaliar “in loco” o grau de implementação dos termos de referência para acesso ao “mercado Justo” internacional. Carlitos Zacarias, presidente da União dos Produtores de Castanha de Caju de Namilato, disse à nossa Reportagem que o que nos falta é dinheiro. Pois que precisamos de cerca de 34 mil meticais para pagamento das quotas de acreditação no movimento.

Aliás, já estaríamos lá se não fosse o desaire que sofremos na campanha finda de comercialização da nossa castanha – explicou. Constituída por 545 associados, a União dos produtores de Namilato dispõe de uma área de mais de mil hectares povoada por cajueiros, estando, neste momento em processo de repovoamento da população cajuícola, da velha para a nova. A ideia de acesso ao mercado justo resulta do esforço de melhoria dos preços da sua castanha, na sequência dos valores baixos oferecidos pelo mercado local.

A concretizar-se o propósito, segundo Quirin Laumans, director da SNV, uma organização holandesa de desenvolvimento que está a trabalhar na assistência dos camponeses ao acesso do referido mercado justo, será a segunda entidade moçambicana a usufruir de tal benefício, depois da IKURU, uma empresa de comercialização de produtos e insumos agrícolas.

O mercado justo, uma iniciativa que reúne 300 organizações espalhadas por 60 países do mundo, tem por objectivo dar uma maior atenção aos produtos agrícolas e de artesanato dos países pobres, através da atribuição de uma remuneração justa pelo seu trabalho. O facto tem permitido aos pequenos produtores de países pobres a viverem de forma digna ao optarem pela agró-ecologia.

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