OPor outro lado, os camponeses da União das Associações dos Camponeses de Boane queixam-se da falta de condições para o escoamento da produção e temem que os seus produtos venham a perder-se nos campos.
A União congrega 33 associações, com um total de 7.400 membros, dos quais 80 por cento são mulheres e os restantes são homens.
A directora distrital dos serviços de actividades económicas de Boane, Carla Cristina Albino reconhece que pode haver dificuldades de escoamento durante esta campanha agrícola. Porém, Albino considera que a situação pode ser minorada se os camponeses forem unidos e souberem utilizar os recursos disponíveis.
No âmbito do Fundo de Investimento de Iniciativa Local (FIIL), algumas associações beneficiaram de duas viaturas de 1,5 toneladas e dois tractores com as respectivas alfaias e atrelados, recursos que podem ser utilizados para o escoamento dos produtos dos campos de produção aos mercados.
“Nesta campanha, haverá alguns problemas de transporte, mas poderão ser superados se os camponeses forem unidos. Em 2007, o governo do distrito adquiriu através do FIIL, duas viaturas de 1,5 toneladas e que foram entregues as duas associações, para além de dois tractores com as respectivas alfaias e atrelados.
Penso que se pudermos nos organizar melhor e fazer algum trabalho junto das associações, vamos minimizar o problema” referiu. “Apesar destas condições poderá haver alguns problemas esporádicos, mas estamos seguros que os equipamentos existentes vão minimizar o problema de transporte das comunidades que vivem mais para o interior” acrescentou.
Mercado já não é problema
Segundo Carla Cristina Albino, o acesso ao mercado já não constitui problema para os produtos de Boane, pois os mesmos são comercializados localmente, em feiras de exposição e venda realizadas as sextas-feiras e sábados.
Esta é uma forma de incentivar a comercialização dos produtos, bem como garantir que os camponeses de Boane tenham receitas acrescidas, como resultado da sua actividade. Por outro lado, existem pessoas que se deslocam directamente às zonas de produção para adquirir os produtos para a sua revenda nos mercados, facto que ajuda o agricultor a escoar a sua produção.
Actualmente, segundo Albino, o Governo distrital está a trabalhar com os seus técnicos na busca e acesso de mercados mais competitivos, tais como na Cidades da Matola e Maputo, fábrica de refeições, Hospital Central de Maputo, Shoprite, entre outros.
“Nós já conseguimos entrar em alguns mercados cuja qualidade é exigida. Estamos a trabalhar para entrar noutros mercados mais competitivos e vamos trabalhar também no agro-processamento para aumentar a renda dos produtores.
Por exemplo, neste momento, estamos a fazer o semi-processamento das culturas hortícolas para os supermercados, porque temos produtos com qualidade” explicou.
O distrito de Boane conta com 14 mil camponeses, organizados em associações. Estes agricultores recebem assistência técnica dos sete extensionistas afectos aquela região.
De acordo com a directora distrital dos serviços de actividades económicas de Boane, o distrito precisaria no mínimo de 15 extensionistas para satisfazer as necessidades dos camponeses.